19 de Janeiro de 2025

O adiamento do acordo de cessar-fogo revela fissuras e a retomada do conflito


Imagens de reféns do Hamas em Israel Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

Os reféns deveriam sair do cativeiro em Gaza a partir deste próximo domingo (12), como resultado de um acordo que poderia libertar todos os reféns e acabar com a guerra. No entanto, revisões de última hora feitas pelo Hamas fizeram com que o Gabinete de Segurança de Israel adiasse a aprovação do acordo, que estava em andamento há mais de uma semana.

Como sabemos, tal adiamento revela a realidade dos fatos, pois para persuadir as partes a assinarem, mediadores forjaram um arranjo redigido de forma tão vaga que alguns de seus componentes permanecem indefinidos, o que significa que ele pode facilmente desmoronar.

Após 15 meses de bombardeios e sofrimento em Gaza, a perspectiva de um cessar-fogo e de um acordo para a libertação de reféns oferece a palestinos e israelenses uma centelha de júbilo, embora marcada pela incerteza.

Para o Hamas, o acordo, se concretizado, provavelmente proporcionará ao menos várias semanas de alívio de uma devastadora campanha militar israelense. Para os israelenses, isso pode permitir a libertação de pelo menos um terço dos reféns restantes em poder do Hamas e de seus aliados.

No entanto, se essas negociações fracassarem, permanecendo a ambiguidade do acordo, implicam incertezas e a iminente possibilidade de retomada do conflito. Isso significa que as próximas semanas continuarão tensas para as famílias dos reféns israelenses que provavelmente não serão libertados.

Essa incerteza também apresenta potenciais perigos tanto para o Hamas quanto para Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense.

Se a guerra for retomada, um Hamas severamente enfraquecido pode finalmente perder o controle de Gaza. Se o acordo se tornar permanente, o Hamas sobreviverá à guerra — uma vitória simbólica para um grupo que, em determinado momento, parecia perto de ceder seu domínio de 17 anos sobre o território.

Mas tal desfecho pode ser prejudicial para Netanyahu, cujos parceiros da coalizão ameaçaram abandonar a coalizão caso o Hamas sobreviva, desestabilizando e possivelmente derrubando seu governo.

 

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Fonte: plenonews

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