Durante sessão de votação do decreto de intervenção no Distrito Federal, realizada nesta terça-feira, 10, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que a depredação de prédios públicos foi um ato liderado por uma ‘minoria antidemocrática que não representa o povo brasileiro’. Ele defendeu que o grupo não será capaz de impor sua vontade por meio da força e que o governo está trabalhando para identificar, investigar e responsabilizar os participantes. O discurso de Pacheco ocorreu durante aprovação da intervenção federal na segurança pública no Distrito Federal pelo Senado. O aval veio após a Câmara dos Deputados confirmar o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite da segunda. A medida apreciada no Congresso Nacional é considerada uma “resposta aos atos de vandalismo” ocorridos no último domingo, 8, em Brasília, quando a Esplanada dos Ministérios, e as sedes dos Três Poderes, foi invadida, o que terminou com a depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), com a destruição de obras e objetos do acervo histórico da República, diversas vidraças quebras, objetos furtados e documentos confidenciais rasgados. “Domingo, dia 08 de janeiro de 2023, foi um dia triste para a história nacional. Assistimos consternados aos atos de vandalismo de uma minoria inconformada com o resultado eleitoral. Brasília foi atacada. Prédios públicos, símbolos nacionais, obras que representam a história de nossa pátria foram depredados. Alguns poucos quiseram destruir e humilhar as sedes dos Poderes da República Brasileira. Essa minoria antidemocrática não representa o povo brasileiro nem a vontade do povo brasileiro. Essa minoria golpista não irá impor sua vontade por meio da barbárie, da força e de atos criminosos. Essa minoria extremista será identificada, investigada e responsabilizada, assim como seus financiadores, organizadores e agentes públicos dolosamente omissos. Faço aqui um registro às polícias legislativas das Casas do Congresso Nacional que, apesar do efetivo reduzido, se esforçaram ao máximo para conter os danos, preservar o patrimônio público e a integridade física de quem estava presente, além de efetuarem prisões e apreensões. Ouvi de algumas pessoas que parecia que nossa própria casa havia sido invadida. E foi”, declarou na sessão.
“Nesta Praça dos Três Poderes, nestes prédios, nestas cadeiras é que são decididos os rumos do país, é aqui que os direitos são garantidos, é aqui que a população brasileira alcança suas conquistas. Neste Congresso Nacional é que foram gestadas leis como o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Criança e do Adolescente, leis que combatem o racismo e instituem os direitos das mulheres, leis que buscam o desenvolvimento econômico e civilizatório do país. Afirmamos, aqui neste Congresso Nacional, na sessão solene de posse do Presidente da República, evento simbólico que legitima a alternância de poder, a necessidade da unir o Brasil. Ontem, em reunião inédita e histórica, realizada em caráter emergencial, chefes de Poder e os representantes dos Estados Brasileiros vieram demonstrar não apenas solidariedade. Vieram demonstrar que os Poderes da República e os entes federados estão unidos para preservar a democracia e suas instituições. Democracia se faz com diálogo e tolerância, mas também com instituições fortes e com meios para sua defesa e preservação. E estejam certos: as instituições brasileiras são fortes. Ulysses Guimarães afirmou, na promulgação da Constituição, em defesa do Estado Democrático de Direito, “discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria”. Quero dizer às brasileiras e aos brasileiros, aqueles que respeitam as instituições e que sabem o real valor de se viver em democracia, que o que assistimos domingo não irá se repetir. O Brasil não vai ceder diante de golpismos. A democracia prevalecerá. Muito obrigado”, finalizou o discurso. Com a aprovação da matéria, governo federal será responsável por todas as atividades com relação direta ou indireta com a segurança pública do DF até 31 de janeiro, com objetivo de encerrar o “grave comprometimento da ordem pública no Distrito Federal marcado por atos de violência e invasão de prédios públicos”.
Fonte: jovempan
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