A reação do ator Will Smith após o humorista Chris Rock fazer uma piada com sua mulher, a atriz Jada Pinkett, foi um dos assuntos mais comentados do Oscar 2022 e gerou curiosidades sobre a alopecia, doença que fez a artista perder o cabelo. Na cerimônia da maior premiação do cinema, Chris comentou que Jada poderia atuar na sequência de G.l. Jane pelo fato de estar careca. No filme, Demi Moore raspou a cabeça para viver a protagonista. Jada ficou visivelmente desconfortável com o comentário e, irritado com a situação, Will foi até o palco, deu um tapa no rosto do humorista e depois declarou: “Mantenha o nome da minha esposa fora da sua boca, por**!”. Jade está careca, pois sofre de alopecia, disfunção popularmente conhecida como calvície feminina. Trata-se de uma doença autoimune que provoca a perda progressiva de cabelo e atinge cerca de 5% das mulheres do mundo.
A ex-BBB Juliette, a cantora Maraisa, que faz dupla com Maiara, e a modelo Naomi Campbell são algumas famosas que já declararam que possuem a doença. O dermatologista Werick França explica que muitas mulheres acabam não sabendo que sofrem de alopecia, pois muitas vezes a queda de cabelo é associada a procedimentos químicos como progressiva e tintura. A perda dos fios pode, sim, estar associada a isso e também a outros fatores não relacionados com essa doença autoimune, por isso, é importante procurar um profissional para entender o que está ocasionando uma queda excessiva de cabelo.
O especialista diz que há vários tipos de alopecia, isso porque a queda dos fios pode ser ocasionada, por exemplo, por doenças autoimunes que atacam os folículos e geram a queda ou a gravidez, que pode causar o eflúvio telógeno (enfraquecimento temporário do cabelo). Nesses casos, é possível reverter a situação com tratamentos específicos. Já a alopecia androgenética, conhecida como calvície, gera o afinamento e o atrofiamento do bulbo, causando a queda definitiva dos fios.
Essa condição genética costuma atingir o topo da cabeça, deixando falhas que afetam a autoestima das mulheres. De acordo com o dermatologista, o principal indicativo da doença é a perda de mais de 100 fios de cabelo por dia, portanto é preciso ficar de olho ao pentear o cabelo e na quantidade de fios que ficam no travesseiro ao acordar. A alopecia também é identificada quando o couro cabeludo fica com regiões com pouco ou nenhum cabelo. Apesar dos sinais indicativos serem mais comuns na cabeça, Werick pontua que eles também podem ser notados em qualquer região do corpo com pelo.
Como essa disfunção muitas vezes está relacionada a casos hereditários, é possível fazer um tratamento precoce com um médico dermatologista, que inibirá o avanço da alopecia e, consequentemente, manter o cabelo volumoso por muitos anos. O tipo de tratamento varia, pois cada caso é um caso. O especialista explica que há procedimentos que são feitos em clínicas e outros que podem ser realizados em casa com a prescrição de loções, medicamento oral, vitamina e shampoo de uso diário. Werick também enfatiza que não é recomendado tentar resolver a questão com receitas caseiras, pois é preciso ter muito cuidado na hora de definir os métodos para melhorar a alopecia. “Se feita de forma errada, pode causar mais queda aos fios”, conclui.