Obra parada de escola e aulas em local improvisado geram reclamações de pais

As obras paralisadas da Emef Dirce Boemer Guedes de Azevedo, no Parque Bauru, continuam gerando indignação das famílias de alunos matriculados na unidade. Muitos dos pais, que residem no Tangarás, bairro vizinho, reclamam que as crianças de até 10 anos tiveram que ser transferidas para o Centro de Transformação e Vivências (CTV), situado nas imediações. O problema, segundo eles, são os filhos estudando em um ambiente adaptado, sem estrutura de escola. Além disso, para chegar até o local, é preciso atravessar uma área de mato, onde já foram encontrados animais peçonhentos.

Algumas dessas famílias, inclusive, não estariam enviando seus filhos para estudar no local, porque estão preocupados que algum desses bichos possa atacar as crianças.

A Emef Dirce está em obras para reforma e ampliação desde 2020 e o custo inicial estimado era de R$ 1,4 milhão. Em junho deste ano, a Educação informou a abertura de um processo de rescisão do contrato com a empresa que faria os trabalhos no local e disse que abriria novas licitações, o que não ocorreu até o momento.

REUNIÃO

O vereador e presidente da Câmara, Markinho Souza (PSDB), se reuniu com Bruno Silva, um representante desses pais, juntamente com o também vereador Junior Lokadora (PP) e o assessor de Gestão Estratégica em Educação da Secretaria Municipal de Educação, Clóvis Cavenaghi Pereira. Neste encontro, o munícipe expôs o problema aos presentes.

Ficou decidido que a prefeitura realizará a capinação no entorno do local e também a dedetização dos ambientes.

Outro parlamentar procurado pelos pais foi o Pastor Bira (Podemos), que foi até o CTV para vistoriar o local e as imediações. Na opinião dele, o centro de convivência é capaz de atender os alunos em um período provisório. "Os alunos foram deslocados para o CTV da Organização do Sagrado Coração, no bairro José Regino. Visitei o local e fui acompanhado pelo diretor. Trata-se de um espaço amplo, de muito boa qualidade, aparentemente, e muito bem conservado", destacou o vereador.

Ainda segundo Pastor Bira, o problema é que, nos dias de chuva, os alunos, ao serem recepcionados e encaminhados para suas respectivas salas, percorrem uma longa distância e poderão se molhar, assim como os servidores. O parlamentar, contudo, acrescenta que o refeitório é amplo e abriga bem os alunos.

"Algumas salas até têm dimensões apertadas pelo número de alunos, segundo o diretor, mas não são muitas. As demais atendem bem. Fiz contato com a secretaria e fui informado que o problema estará resolvido até o início de fevereiro de 2022", acrescenta o vereador.

EXPLICAÇÃO

Referente aos questionamentos quanto à Emef Dirce Boemer Guedes de Azevedo, a Secretaria de Educação alegou ao JC que uma nova licitação está sendo elaborada para que a obra seja finalizada, pois o contrato da licitação anterior foi encerrado pela Prefeitura de Bauru após atrasos nas obras.

Segundo a pasta, ainda não há como dar um prazo para a finalização e entrega da reforma. "Após longa busca, foi realizado o aluguel do CTV, que era o único espaço em condições de receber uma escola naquela região. Para que o contrato de aluguel se efetivasse, os proprietários realizaram todas as adequações solicitadas pelos órgãos competentes, cumprindo todas as exigências legais para a locação", completa a Educação.