O primeiro caso de infecção pela variante ômicron em Bauru foi confirmado nesta terça-feira (11) pela Secretaria Municipal de Saúde. Trata-se de uma mulher de 30 anos, que não tinha feito nenhuma viagem recente, o que indica que já está ocorrendo transmissão comunitária desta cepa na cidade, ou seja, ela já está circulando entre as pessoas dentro do perímetro do município.
Segundo o diretor do Departamento de Saúde Coletiva do município, Ezequiel Santos, a amostra colhida da paciente foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz para sequenciamento no dia 22 de dezembro e o resultado foi divulgado somente agora. Neste período, a paciente apresentou sintomas leves, evoluiu bem e já não está mais em isolamento.
A ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em novembro de 2021, e é considerada variante de preocupação. Desde então, se propagou rapidamente pelo mundo e há expectativa de que, em breve, se torne predominante, inclusive em Bauru.
Estudos apontam que a cepa é mais transmissível do que as anteriores, porém, tem provocado quadros menos graves de Covid-19. Ao redor do globo, a maioria das vítimas fatais da ômicron é de pacientes que não tomaram a vacina.
Em Bauru, a suspeita de transmissão comunitária desta variante também é reforçada pelo aumento exponencial de casos diários de infecção pelo novo coronavírus. Na última sexta-feira (7), a média era de 100 confirmações por dia e, nesta terça, apenas quatro dias depois, o número já havia saltado para 133 casos diários.
PRÓXIMAS SEMANAS
Com isso, a chamada taxa de retransmissão (Rt) chegou a 1,08, sendo que o ideal é que se mantenha abaixo de 1. Sempre que está acima de 1, sinaliza um provável aumento do número de infectados, ou seja, de uma pessoa doente transmitir a doença para mais de um indivíduo.
"A ômicron tem uma forma de transmissão muito mais rápida, então, a expectativa é de que a gente alcance um pico muito rapidamente, com queda também muito rápida, diferente do que ocorreu com outras variantes. Assim, muito provavelmente, continuaremos a ter um aumento do número de casos diários, que podem mais que dobrar em algumas semanas, com forte demanda nas portas das unidades de saúde", projeta Ezequiel Santos.
Ainda de acordo com ele, a previsão, pela experiência do que ocorreu em outros países, é de que, daqui a quatro ou cinco semanas, o volume de infectados comece a cair em Bauru. Espera-se, ainda, que este ciclo ocorra sem que haja explosão do volume de internações e mortes, considerando que 78,5% dos moradores da cidade, ou 299.830 pessoas, já completaram o esquema vacinal contra a Covid-19, com duas doses ou a dose única da Janssen. Deste total, 95.579 haviam tomado a dose adicional.
Nesta semana, o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, informou que uma vacina contra a Covid-19 visando a variante ômicron provavelmente será necessária e que o laboratório poderá lança-la até março. Ele afirmou que a empresa, em parceira BionTech, está trabalhando em uma versão da vacina voltada exclusivamente à ômicron, bem como em um imunizante que incluiria tanto a vacina anterior quanto a direcionada à nova variante.
Em conferência anual de saúde do J.P. Morgan, realizada virtualmente neste ano, Bourla disse que a Pfizer pode estar pronta para solicitar aprovação regulatória dos Estados Unidos para uma vacina redesenhada e lançá-la em março. Ele destacou, ainda, que o imunizante contra a Covid-19 poderá se tornar anual para a maioria das pessoas, sendo que alguns grupos de risco podem receber as doses com maior frequência.
Fonte: jcnet
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