A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou comunicado nesta terça-feira, 23, pedindo que os fatos ocorridos nas mortes registradas após operação da Polícia Militar no Complexo do Salgueiro, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, fossem apurados imparcialmente. “Pedimos ao Ministério Público que realize uma investigação independente e imparcial sobre as mortes, dentro dos padrões internacionais, e que seja garantido que os responsáveis destes atos prestem contas à Justiça”, afirmou a porta-voz do gabinete, Marta Hurtado. Ela também citou uma “violação” à liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu as operações policiais no Rio de Janeiro a casos “absolutamente excepcionais”, acompanhados pelo MP, enquanto durasse a pandemia da Covid-19.
“Do nosso escritório, reiteramos a proposta de abrir um diálogo para discutir o modelo atual de nossa política nas favelas”, disse a porta-voz, afirmando que o uso da violência deveria ser “último recurso” nessas ocasiões. O comunicado foi divulgado um dia após oito corpos serem encontrados por moradores em um manguezal do Complexo horas após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) passar pelo local. A identidade das pessoas assassinadas não foi revelada até o momento, mas, de acordo com a polícia, todos usavam roupas camufladas e apenas um dos mortos não tinha antecedentes criminais. Apesar da polícia confirmar apenas oito mortes no local, a Federação das Associações das Favelas do Rio de Janeiro narrou que 14 pessoas foram assassinadas, três delas do sexo feminino.
O Bope teria instalado a operação na região no domingo, 21, após uma denúncia informar que um dos responsáveis pela morte do sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, assassinado durante um patrulhamento na área, estava ferido no local. Em pronunciamento feito por assessoria de imprensa, a PM informou que “equipes foram atacadas” nas proximidades de uma área de mangue e um “intenso confronto” ocorreu na região. Armas, munição, um uniforme camuflado e drogas teriam sido apreendidos pelo efetivo e um Inquérito Policial Militar (IPM) deve ser aberto para apurar a operação. Outros órgãos, como a Polícia Civil, Ministério Público e Defesa Civil também afirmaram que estão investigando o ocorrido.
Fonte: jovempan
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