Com 100% das urnas apuradas, a eleição ao governo do Rio Grande do Sul vai para o segundo turno. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a disputa no Estado será entre ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no reduto gaúcho e que alcançou 37,50% de apoio dos eleitores, ou cerca de 2,3 milhões de votos, contra o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que ficou com 26,81%. A eleição deste domingo, 2, traz uma virada no Estado, uma vez que as projeções das pesquisas eleitorais apontavam Leite como favorito entre os dez concorrentes. Segundo a série de levantamentos do Instituto Ipec (ex-Ibope), realizada desde agosto, o tucano oscilava acima dos 44% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos, enquanto o ex-membro do governo federal se mantinha entre 25% e 30% das intenções de votos.
Considerando as projeções eleitorais do Ipec, Eduardo Leite aparece com 15 pontos de vantagem para a disputa em segundo turno, de acordo com pesquisa divulgada na terça-feira, 27. De acordo com o instituto, na próxima etapa do pleito estadual, o tucano teria 50% dos votos, ante 35% do ex-ministro do Trabalho e da Previdência. Neste cenário, brancos e nulos seriam 9%, e indecisos, 6%. Uma análise de perfil do eleitorado gaúcho mostra que Eduardo Leite é a principal opção de voto, principalmente, entre mulheres (43%); jovens com idades entre 16 e 24 anos (55%); mais pobres (44%), com renda até um salário mínimo; católicos (38%) e eleitores de outras religiões (43%); pardos (47%); eleitores com ensino médio (42%) e beneficiários de auxílios sociais (42%). Já Onyx Lorenzoni se desataca entre eleitores mais ricos (42%), com renda superior a cinco salários mínimos, e de outras raças (38%), excluindo brancos, pretos e pardos. Ambos candidatos empatam entre homens (33%), pessoas entre 35 a 44 anos (34%) e evangélicos (34%).
Natural de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Onyx Lorezoni tem 67 anos e é médico veterinário. No site da sua campanha, se define como cristão e defensor das liberdades, enumerando o direito à legítima defesa, a segurança pública, a defesa da propriedade privada, a agricultura, a educação, a redução de impostos e o combate à corrupção como suas prioridades na vida pública. Como político, seu histórico traz duas eleições a deputado estadual e cinco mantados como deputado federal, além da posição de ministro “curinga” do presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo chefiado a Casa Civil, o Ministério da Cidadania, a Secretaria Geral da Presidência da República e o Ministério do Trabalho e Previdência. Apoiado por Bolsonaro no Estado, o parlamentar defende um “governo diferente” para o Rio Grande do Sul, que tenha como “farol” a garantia da liberdade, seja de ir e vir, pensamento, expressão, escolha, religiosa ou econômica. Seu plano de governo propõe a valorização do patrimônio gaúcho, a privatização de estatais, a responsabilidade fiscal, defende escolas cívico-militares e o ensino profissionalizante.
Eduardo Leite, de 37 anos, é bacharel em direito. Sua vida política teve início em 2004, quando foi eleito primeiro suplente ao cargo de vereador. Desde então, foi eleito vereador de Pelotas em 2008; concorreu como deputado estadual em 2010; e venceu a disputa à Prefeitura de Pelotas em 2012, sendo o prefeito mais jovem na história do município; e eleito governador do Rio Grande do Sul em 2018. Para as eleições deste ano, Leite chegou a participar das prévias do PSDB para a Presidência da República, marcadas por uma racha interna e disputas com o então governador paulista João Doria (PSDB-SP), e foi cortejado por outros partidos como opção da terceira via para as eleições 2022. Entretanto, após tratativas com a cúpula tucana, o político gaúcho anunciou sua continuidade no partido e confirmou sua candidatura novamente ao governo estadual, falando em “apelos de lideranças políticas, sociais e empresariais”. Para a reeleição, seu programa de governo é centrado em cinco principais eixos: social e da qualidade de vida; ambiental e de infraestrutura; econômico; gestão; e fiscal. Suas prioridades para a nova gestão no Estado incluem, por exemplo, um programa de apoio a hospitais de pequeno porte, elaboração de um plano de moradia para pessoas em situação de rua, criação de casas-abrigo para pessoas trans e transexuais vítimas de violência, e a manutenção do Regime de Recuperação Fiscal.