OS de São Carlos garante que está pronta para assumir UPAs de Bauru

Em meio a debates na Câmara e no Conselho Municipal de Saúde, a discussão sobre a contratação da entidade que fará o gerenciamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Ipiranga e Bela Vista, a partir de janeiro de 2022, continua. Ao JC, a vencedora da licitação, a Organização Social de Medicina e Educação de São Carlos (Omesc) garantiu que possui 30 médicos cadastrados em Bauru e que está com escalas fechadas e prontas para assumir os plantões nas duas unidades a partir de 1 de janeiro.

Também ontem, o Conselho Municipal de Saúde informou a criação de uma comissão para fiscalizar a transição do serviço, hoje ainda prestado pela Fundação Estatal Regional de Saúde de Bauru (Fersb).

Conforme o JC noticiou, a Omesc venceu o chamamento público na última sexta-feira (17), após apresentar valores inferiores aos pagos atualmente pela Fersb por plantões médicos. De R$ 1,5 mil, o serviço passará a ser contratado pela nova entidade por preços entre R$ 1,3 mil, para dias de semana, e R$ 1,4 mil, para fins de semana.

No entanto, há um temor de que justamente esse valor menor afete ainda mais a contratação de médicos em Bauru.

QUALIDADE

A Omesc, por meio de seu assessor de comunicação, Eugenio Jabur, lamentou a polêmica ocorrida na cidade. Ele garante que as escalas estão prontas para que os seis médicos, que irão assumir a UPA Bela Vista, e os outros quatro, da UPA Ipiranga, comecem os trabalhos já no dia 1 de janeiro. Além desses dez, a entidade prevê mais dois profissionais visitadores, que cuidam de pacientes internados.

"Temos 30 médicos cadastrados para contratação e os nomes dos que irão assumir já estão fechados. Não houve necessidade de chamar ninguém de fora [de Bauru]. O início dos trabalhos no dia 1 depende apenas de o contrato ser antecipado pela prefeitura para 27 de dezembro", comenta Jabur.

Sobre os preços menores, a Omesc diz ter aplicado o valor de mercado. "A realidade das outras prefeituras não é a de R$ 1,5 mil por plantão. É surreal. Com R$ 1,3 mil, nós fechamos a escala e ainda há lucro", aponta o assessor.

A entidade frisa ainda que os contratos com a Prefeitura de São Carlos estão em dia. "Os índices de saúde de lá estão entre os melhores do Estado. Não temos problemas contratuais e nem com médicos", aponta a Omesc. "Atuamos há cinco anos em São Carlos e Itirapina e nunca tivemos sequer apontamentos do Tribunal de Contas", reforça Jabur.

FISCALIZAÇÃO

A preocupação diante da mudança de gestão das UPAs foi levantada pelo vereador Junior Rodrigues (PSD) na Câmara, na última semana. Já o Conselho de Saúde realizou uma reunião extraordinária, na noite da última segunda-feira (20), cogitando até mesmo a anulação do processo de licitação.

Representantes da prefeitura presentes no encontro, contudo, alertaram que o cancelamento não seria possível, em razão do início da fase de contratação. Transcorre, agora, apenas a contagem do prazo de cinco dias úteis para recurso por parte da Fersb. Caso não haja contestação do resultado, a homologação está prevista para até 30 de dezembro - o convênio com a Fersb vence no dia 31.

"Além do valor [do plantão] ser muito menor, estamos em período de festas, a contratação de médicos não será fácil. Talvez, a prefeitura tenha que prorrogar o contrato com a Fersb", aponta Rose Lopes, membro do Conselho de Saúde. "Criamos uma comissão de fiscalização para acompanhar de perto essa transição e as contratações. Já avisamos que não iremos admitir aditivos. Além disso, o conselho terá que aprovar a qualidade do serviço à população. Caso contrário, poderá deliberar para que a prefeitura acione a empresa e multe, ou até anule o contrato", alerta.