Durante dois anos e 14 dias, o ajudante de obras Dorgival José da Silva Junior, de 24 anos, ficou preso acusado de matar o filho, um bebê de apenas oito meses. A criança morreu em outubro de 2019, na casa onde morava com os pais e o irmão gêmeo, em Petrolina, Sertão de Pernambuco.
Depois de 12 horas de julgamento no fórum da cidade, a defesa de Dorgival conseguiu provar a inocência dele — a criança, segundo perícia particular pedida pela família, morreu asfixiada pelo próprio vômito.
A retomada da liberdade começou com o pagamento de uma promessa feita pela professora Maria Luzinete Gomes, mãe de Dorgival e avó da criança. Mãe e filho caminharam por 25 km, durante quase 7 horas, do presídio até a casa de Dona Luzinete, que fica na zona rural de Petrolina. “As pessoas diziam: ‘você com essa idade, vai a pé, 25 km?’. Eu dizia que isso era pouco. Ruim foi dois anos de espera. Sete horas a pé não é nada”, diz Maria Luzinete.
Entenda o caso
No dia 20 de outubro de 2019, a história da família mudou. “Quando a gente acordou e fomos fazer o leite dos meninos, percebemos que um dos nossos filhos não estava respirando. Quando o Samu chegou ele já estava morto”, recordou Dorgival.
Na noite da morte do pequeno Douglas Ravi, na casa da família estavam Dorgival, a mãe da criança, o irmão gêmeo de Douglas e a babá. Depois que o Samu constatou a morte do bebê, a polícia foi chamada.
Não demorou para que Dorgival fosse considerado suspeito do crime. Dorgival foi preso no dia 4 de novembro, 14 dias após a morte do filho. Uma situação pela qual ele nunca imaginou passar. “Nunca pensei que além da dor de perder meu filho, ia ser preso por conta disso”.
Enquanto ele passava os dias presos, do lado de fora a família lutava para provar a sua inocência. Para o advogado, a ação dos familiares em uma investigação paralela foi crucial para o desfecho do caso.
Durante o julgamento, o Ministério Público pediu a absolvição de Dorgival, por entender que a causa da morte não foi uma esganadura, assim como, que o pai não poderia ser o autor de qualquer violência contra a criança. Por meio de perícia particular paga pela família de Dorgival, ficou provado que Douglas Ravi morreu após se asfixiar no próprio vômito.
Recomeço: Livre das acusações, o pai só deseja recomeçar a vida. O sacrifício para provar a inocência de Dorgival, segundo o advogado, custou cerca de R$ 50 mil à família. A família poderá entrar com ações indenizatórias contra o Estado e os meios de comunicação que publicaram notícias falsas sobre o caso. (Com informação G1)
Fonte: visaonoticias
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