22 de Novembro de 2024

Países amazônicos assinam Declaração de Belém sem prazos para medidas de preservação


Ricardo Stuckert/AFP

Oito países amazônicos assinaram, nesta terça-feira, 8, a Declaração de Belém, um documento conjunto que define diretrizes para preservação da Amazônia, maior floresta tropical do planeta. Entretanto, os líderes da Cúpula da Amazônia não fecharam acordo sobre desmatamento nem citaram o banimento de exploração do petróleo, mesmo após manifestações de ONGs e movimentos socioambientais. O texto chega a mencionar o desmate de até 20%. Contudo, não prazo estipulado para as metas visando a preservação da Amazônia e o combate ao desmatamento. O documento fala em “urgência de pactuar metas comuns para 2030” com o intuito de combater o desmatamento, a extração ilegal de recursos naturais e promover ordenamento territorial. Além disso, espera alcançar o “desmate zero” na região, mas não há nenhum prazo fixado. Os países decidiram criar uma aliança, cujo objetivo é evitar que a Amazônia atinja o “ponto de não retorno”.

O documento também não menciona a exploração do petróleo. Mais cedo, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sugeriu que a insistência na atividade petrolífera pode acabar gerando uma espécie de “negacionismo” de grupos progressistas. O líder colombiano defendeu ainda o fim do uso de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, tecendo críticas veladas a lideranças que defendem esse tipo de projeto na Amazônia. Petro afirmou que, se houver exploração de petróleo na Amazônia, os países da região “estarão matando a humanidade” porque, segundo ele, a floresta deixaria de ser uma “esponja” de dióxido de carbono. O líder colombiano defendeu que não basta mais atingir a meta de desmatamento zero para absorver todas as emissões lançadas na atmosfera. “A solução é deixar o petróleo, o carvão e o gás”, reforçou. “É possível manter uma linha política desse nível? Apostar na morte e destruir a vida? Ou devemos propor algo diferente, que é o que chamo de sociedade descarbonizada?”, complementou. Parte do governo Lula, inclusive o presidente brasileiro, já defendeu a liberação para que a Petrobras possa explorar reservas de petróleo na Foz do Rio Amazonas. A autorização ainda depende de aval do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

Fonte: jovempan

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