O papa emérito Bento XVI, de 95 anos, encontra-se “lúcido” e “estável”, apesar do estado de saúde grave, informou o Vaticano nesta quinta-feira, 29. “O papa conseguiu descansar bem na noite passada, está acordado e totalmente lúcido hoje. Ainda que seu estado continue grave, a situação é estável”, anunciou em comunicado o diretor do serviço de comunicação do Vaticano, Matteo Bruni. Joseph Ratzinger passou a noite sob supervisão constante dos médicos e a vigilância prosseguirá, destacou a imprensa italiana. O papa Francisco anunciou na quarta-feira, 28, que o antecessor estava “muito doente” e pediu orações pelo papa emérito, cuja renúncia em 2013, por motivos de saúde, surpreendeu o mundo. “A saúde dele piorou há três dias. As funções vitais falham, inclusive o coração”, disse uma fonte do Vaticano à AFP, antes de explicar que não está prevista uma hospitalização, já que a residência de Bento XVI dispõe dos equipamentos médicos necessários. Francisco visitou Bento XVI, cada vez mais frágil e em cadeira de rodas, ontem. As fotos de uma visita anterior, em 1º de dezembro, mostraram o papa emérito debilitado. No último vídeo de Bento XVI, divulgado pelo Vaticano em agosto, ele apareceu magro, com aparelho auditivo e sem condições de falar. O pontificado de oito anos de Bento XVI (2005-2013) foi marcado por várias crises, incluindo as revelações sobre abusos sexuais de religiosos contra menores de idade em vários países. Ratzinger foi questionado em um relatório publicado em seu país por sua gestão das acusações de violência sexual quando era arcebispo de Munique. Ele saiu do silêncio para pedir perdão, mas afirmou que nunca protegeu nenhum pedófilo. Sua renúncia, anunciada em latim em 11 de fevereiro de 2013, foi uma decisão pessoal motivada pela saúde debilitada e não à pressão dos escândalos, afirmou o ex-pontífice em um livro de memórias publicado em 2016. Embora nunca tenha alcançado a popularidade do carismático antecessor João Paulo II, Bento XVI é uma figura muito respeitada no mundo católico. Seu pontificado também foi marcado pelo vazamento, em 2012, de documentos confidenciais (conhecidos como “Vatileaks”), planejado por seu mordomo.O escândalo evidenciou que a Cúria romana, a administração da Santa Sé, estava minada por uma rede de intrigas e pela falta de rigor financeiro.
Fonte: jovempan
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.