A chegada dos militares ao poder no Brasil completa 60 anos neste domingo (31). A data em si, comemorações e manifestações de protestos voltaram, nos últimos anos, a ser motivo de acirramento da polarização e constantes embates entre a direita e a esquerda brasileira. Nesse contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou, no início do março, que não queria manifestações sobre o tema e nenhuma alusão à data por parte de seus ministros e de nenhuma esfera do Executivo. A interrupção de eventos anunciados como os programados pelo Ministério dos Direitos Humanos, com a temática “sem memória não há futuro”, se soma a outras atitudes criticadas pela esquerda nas escolhas do presidente. O projeto de criação do Museu da Memória e da Verdade, anunciado há mais de um ano pelo então ministro Flávio Dino, não aconteceu, assim como o projeto de recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, extinta no governo Bolsonaro.
Fontes do governo confirmaram, dias atrás, que o ministro da Defesa, José Múcio, avisou ao presidente que os comandantes de Exército, Marinho e Aeronáutica concordaram em não se manifestar neste domingo, configurando um acordo tácito. Algumas personalidades, mesmo próximas a Lula, no entanto, não deixaram de se manifestar sobre o que pensam da data e do período, como fez Dilma Rousseff em seu perfil no X (ex-Twitter). “Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita, como quase ocorreu recentemente, em 8 de janeiro de 2023.” O Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou em seu perfil oficial, e republicou as mensagens de repúdio publicadas por parlamentares da legenda.
Fonte: jovempan
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