O Paraguai vai conhecer neste domingo, 30, seu novo presidente em uma eleição acirrada e marcada por denúncias de corrupção. Os eleitores paraguaios também elegerão deputados e governadores. O economista Santiago Peña, de 44 anos, é candidato do Partido Colorado (conservador), e tentará manter a sigla no poder. O partido governa o país de forma ininterrupta desde os anos de 1950. Seu adversário é Efraín Alegre, advogado de 60 anos, que lidera a coalizão de centro-esquerda Concertación Nacional. O novo presidente será eleito em turno único, por maioria simples para um período de cinco anos, sem possibilidade de reeleição imediata. Pouco tempo antes da votação, os candidatos pediram tranquilidade na hora de votar. “Temos os atributos e as condições para que todos os paraguaios fiquem em melhor situação. Vamos votar com tranquilidade e alegria, para que as urnas sejam um lugar de harmonia”, disse Peña. Já Alegre pediu maior participação popular no pleito. “Não desanimem. Todos nós temos que ir às urnas, quanto maior a participação, maior a legitimidade da democracia”, disse.
As últimas pesquisas mostram uma disputa bastante acirrada. Em entrevista à agência de notícias AFP, o analista político Sebastián Acha não vê um favorito e diz que qualquer um dos candidatos pode vencer. Ele reforça que o cenário é diferente dos pleitos anteriores. “Normalmente, a esta altura, o Partido Colorado tinha eleições garantidas, o que não está acontecendo desta vez. Chegamos no dia da eleição com um cenário em que qualquer um poderia ser o vencedor”, analisou. A campanha eleitoral ocorreu em meio a denúncia de corrupção e sanções dos Estados Unidos contra alguns dos mais importantes líderes colorados. Um deles é o ex-presidente Horacio Cartes (2013-18), um rico empresário do tabaco, presidente do partido e padrinho político de Peña. Ele foi proibido de nos Estados Unidos e sancionado em março pelo Tesouro. Em 2022, ele foi designado como “significativamente corrupto” pelo Departamento de Estado. “Essas acusações, de alguma forma transformam as eleições em um plebiscito contra ou a favor da corrupção”, comentou o analista.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, o Paraguai possui uma das economias que mais crescem na América Latina, com previsão de 4,5% do PIB para este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional. Por outro lado, a pobreza atinge 24,7% da população. Penã quer criar 500 mil empregos, enquanto Alegre defende a incorporação do setor informal, que corresponde a 40% dos trabalhadores.
*Com informações da AFP
Fonte: jovempan
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