Assim como ano passado, 2021 foi marcado por grandes perdas. Famosos, políticos e atletas saíram de cena e muitas das mortes foram causadas por câncer e complicações relacionadas à Covid-19. Uma das vítimas do vírus foi o ator Paulo Gustavo, que teve o pulmão comprometido por causa da doença. A morte do artista aos 42 anos deixou o Brasil de luto, assim como a partida de Marília Mendonça, que não resistiu após sofrer um acidente aéreo. A ‘Rainha da Sofrência’ tinha 26 anos e deixou um filho, Léo, de 2. Outra morte precoce foi a de MC Kevin, aos 23 anos, que caiu do 5º andar de um prédio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na política também houve grandes perdas, como a do senador Major Olímpio, outra vítima da Covid-19, e a de Bruno Covas, que pouco antes de falecer precisou deixar a Prefeitura de São Paulo para tratar um câncer, mas não resistiu. Já no esporte, uma das mortes mais trágicas foi a da corredora queniana Agnes Jebet Tirop, que foi esfaqueada e encontrada sem vida em casa pelos vizinhos. Outra grande perda foi a do ex-piloto Frank Williams, fundador da Williams Racing, uma das maiores escudeiras da Fórmula 1.
O cantor Genival Lacerda morreu aos 89 anos, vítima da Covid-19. Ele passou cerca de um mês internado e, nesse período, chegou a apresentar uma melhora clínica, mas acabou não resistindo ao tratamento. Em seus 68 anos de carreira, o paraibano, que ficou conhecido como o Rei da Munganga, emplacou sucessos como Severina Xique Xique e Radinho de Pilha.
O produtor musical Liber Gadelha foi outra vítima da Covid-19. Ele morreu cinco dias depois de completar 64 anos. Quem confirmou sua morte foi a cantora Luiza Possi, que é filha do músico com a cantora Zizi Possi. “É com uma dor imensa e o coração na mão que eu venho aqui hoje dizer que o nosso guerreiro descansou”, comunicou a artista na época. O produtor deixou sua marca no mercado fonográfico sendo responsável por lançar o cantor Vinny, que bombou no final dos anos 1990, e por impulsionar a venda de discos de Jorge Aragão.
O empresário Antônio Carlos de Almeida Braga morreu aos 94 anos, em Portugal. Ele deixou o Brasil no início da pandemia, pois estava com a saúde frágil. Além de ser um grande incentivador do esporte, ele teve destaque no setor financeiro. Antônio foi dono da seguradora Atlântica Boavista, que depois virou a Bradesco Seguros. Com o apoio que dava ao esporte, o empresário de tornou amigo de grandes nomes da área como Ayrton Senna, Pelé, Emerson Fittipaldi e Gustavo Kuerten. Ele foi casado por duas vezes e teve seis filhos.
O cantor Zezinho Corrêa, que fez parte da banca Carrapicho, morreu aos 69 anos devido à Covid-19. Após ser diagnosticado, ele passou mais de um mês internado e o anúncio da morte foi feito pela família do artista nas redes sociais: “O céu ganhou mais uma estrela que com sua luz brilhará para a eternidade. Obrigada por levar o nome do Amazonas para o mundo, obrigada por ser esse ser humano incrível em todos os sentidos”. A banda Carrapicho fez sucesso nos anos 1990 quando a música ‘Tic Tic Tac’ se tornou um hit.
Lula Pereira, que foi jogador de futebol e técnico, morreu após sofrer um AVC. Ele tinha 64 anos e sua vida foi dedicada ao esporte. A carreira como jogador começou na década de 1970, sendo zagueiro no Sport e no Santa Cruz. Ele se aposentou dos gramados em 1980 jogando pelo Ceará, time do qual ele se tornou treinador posteriormente e conquistou títulos. Até hoje ele é considerado um dos maiores ídolos do clube. Lula também teve passagens pelo Flamengo, Botafogo-SP, Portuguesa e América-MG.
Senador na Paraíba, José Maranhão morreu aos 87 anos, por complicações da Covid-19. A internação aconteceu em João Pessoa no dia 29 de novembro do ano passado. No início de dezembro, ele foi transferido para a UTI do Hospital Vila Nova Star, que fica em São Paulo. O político passou meses hospitalizado, mas não resistiu ao tratamento e faleceu em fevereiro deste ano. O corpo foi enterrado na Paraíba, sua terra natal. Na política, ele foi senador mais de uma vez, governador por três vezes, além de vice-governador e deputado federal e estadual.
O ex-governador de São Paulo Paulo Egydio Martins foi outro político que morreu em fevereiro deste ano. Ele tinha 92 anos e a causa da morte não foi divulgada. O atual governador, João Doria (PSDB), chegou a comentar sobre o assunto em uma coletiva de imprensa que realizou após receber a notícia. “Paulo foi um grande governador do Estado de São Paulo. Fiquei muito sentido, muito triste, acabei de receber a noticia, e compartilho aqui com vocês, e também a minha solidariedade e os votos de pesar à família do ex-governador”, declarou.
Considerado uma lenda do boxe, Leon Spinks morreu aos 67 anos, vítima de um câncer de próstata. O ex-boxeador enfrentava a doença desde 2014 e, nesse período, descobriu tumores em outras partes do corpo. Antes de se destacar no esporte, Leon foi fuzileiro naval. Em 1976, ele conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Depois, ele venceu uma luta contra o experiente Muhammed Ali e anos mais tarde foi derrotado em uma luta revanche. Após os altos e baixos da carreira, ele decidiu se aposentar do boxe aos 42 anos, mas ainda se arriscou na luta livre e no MMA.
O ator Léo Rosa morreu aos 37 anos, após uma luta contra o câncer. O artista descobriu a doença em 2018 e logo começou seu tratamento, o problema é que o câncer nos testículos se espalhou para outras áreas do corpo. Além das sessões de quimioterapia, ele também buscou por tratamentos alternativos e até se mudou para uma casa onde conseguia ter mais contato com a natureza. O último trabalho do ator na televisão foi uma participação que fez em “Amor de Mãe”, novela da Globo que teve as gravações interrompidas na pandemia.
O senador Major Olímpio morreu aos 58 anos, por complicações da Covid-19. Ele foi diagnosticado com a doença no começo de março e, mesmo doente, chegou a participar de uma sessão do Senado no leito hospitalar. Depois disso, o político piorou e precisou ser intubado. Ele reagiu ao tratamento e, ao apresentar uma melhora, foi extubado. No entanto, o quadro de saúde do senador voltou a piorar e ele precisou ser intubado novamente e, desta vez, não voltou a se recuperar e teve uma morte cerebral. Após o anúncio de sua morte, ele recebeu diversas homenagens.
Outra figura pública que morreu em decorrência da Covid-19 foi o vereador de Salvador e cantor gospel Irmão Lázaro. Ele passou cerca de um mês internado na UTI, mas não resistiu à doença. O cantor tinha 54 anos e começou a carreira na banda Olodum, entretanto ele só ficou conhecido na música quando decidiu seguir carreira no gênero gospel. Na política, Lázaro ingressou em 2014 e conseguiu se eleger a Câmara dos Deputados como o terceiro candidato mais votado do Estado. Em 2016, o político virou Secretário de Relações Institucionais da prefeitura de Salvador.
O ex-jogador do Corinthians Gilmar Fubá morreu aos 45 anos, vítima de um câncer de medula óssea. Ele descobriu a doença em 2016 já em estágio avançado. Na época, ele precisou ficar um mês internado no Hospital São Luiz, em São Paulo. O ex-volante chegou a se curar da doença, mas em janeiro de 2020 foi diagnosticado com câncer novamente. O Corinthians, time em que o ex-jogador se destacou, lamentou sua morte nas redes sociais e o definiu como um trunfo para o clube conquistar um Paulistão, dois Campeonatos Brasileiros e o Mundial de Clubes de 2000.
O cantor Agnaldo Timóteo morreu aos 84 anos, por complicações da Covid-19. O artista foi internado na UTI em março e, ao apresentar uma piora, precisou ser intubado. Ele já tinha tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19 e os médicos disseram acreditar que ele foi infectado no intervalo entre a primeira e a segunda dose. Agnaldo começou a cantar ainda criança e participava de programa de calouros das rádios locais de Caratinga, Minas Gerais. O álbum “Obrigado Querida”, de 1967, foi um dos maiores sucessos da sua carreira, assim como o hit Meu Grito. Ele também se aventurou na política e se elegeu como deputado federal e vereador.
Conhecida por dublar personagens de produções como “Peppa Pig”, “Rebelde” e “Todo Mundo Odeia o Chris”, Ana Lucia Menezes morreu aos 45 anos, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Quando estava internada, ela chegou a gravar um vídeo falando do seu estado de saúde para os seguidores, mas depois disso precisou ser sedada. A filha da profissional, a também dubladora Bia Menezes, foi quem deu a notícia aos fãs. “Você escreveu uma história aqui, e eu terei a obrigação de continuá-la porque sei que seria exatamente como você gostaria que eu fizesse. Você lutou até o último minuto, agora é hora de descansar e usufruir do que Deus preparou para ti. Eu te amo e sempre te amarei”, escreveu na ocasião.
Político e empresário, Levy Fidélix foi mais uma vítima da Covid-19. Ele tinha 69 anos e foi internado em março, em São Paulo, após ser diagnosticado com a doença. Levy ficou conhecido por sempre falar do seu projeto denominado aerotrem, que visava implementar um trem-bala que ligaria Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2018, ele concorreu ao cargo de deputado federal em São Paulo, mas não foi eleito, assim como em 2020, quando disputou as eleições para assumir o cargo de prefeito de São Paulo. O empresário era formado em Comunicação Social e atuou como jornalista antes de ingressar na política, o que aconteceu em 1986. Nesse período de carreira pública, ele tentou a presidência por duas vezes.
A morte do ator Paulo Gustavo foi uma das mais impactantes. O intérprete de Dona Hermínia tinha 42 anos e passou quase dois meses internado na UTI lutando contra as consequências da Covid-19. Após ser intubado, o artista não apresentou melhora e foi submetido a uma terapia por ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), como uma tentativa de recuperação da função pulmonar, que foi comprometida pelo vírus. Mesmo com o todo o esforço da equipe médica, Paulo Gustavo não resistiu. O artista recebeu inúmeras homenagens, virou nome de rua em Niterói e ganhou estátuas em um parque local. A missa de sétimo dia aconteceu no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Ele era casado com Thales Bretas e pai de Gael e Romeu.
O cantor Cassiano, que compôs a música Primavera, morreu no Rio de Janeiro, aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada, apenas que ele estava internado desde o início de abril. A morte do compositor foi lamentada por diversos famosos, como o rapper Emicida e o cantor Djavan. Além de Primavera, Cassiano é autor de Eu Amo Você, outro hit que fez sucesso na voz do cantor Tim Maia.
A atriz Eva Wilma morreu aos 87 anos, após ter uma insuficiência respiratória relacionada à disseminação de um tumor. A artista tratava um câncer no ovário. Em janeiro deste ano, ela foi internada com um quadro de pneumonia leve e em abril foi internada novamente para tratar de problemas renais e cardíacos. Logo depois, veio o diagnóstico de câncer. Eva Wilma se consagrou como um dos grandes nomes da teledramaturgia brasileira e esteve no elenco de sucessos como “Meu Pé de Laranja Lima”, “A Indomada”, “Pedra Sobre Pedra” e “O Rei do Gado”. Na primeira versão de “Mulheres de Areia” foi ela quem deu vida às gêmeas Ruth e Raquel, que anos depois foram interpretadas por Glória Pires.
O prefeito de São Paulo Bruno Covas morreu aos 41 anos, após uma luta contra um câncer no sistema digestivo, com metástase óssea. Pouco antes de falecer, ele precisou se licenciar da prefeitura para focar no seu tratamento, e Ricardo Nunes assumiu seu posto. No início de maio, ele precisou ser internado e foi descoberto um sangramento interno causado por uma úlcera que estava acima do tumor. O político precisou ser intubado, mas se recuperou e começou um novo tratamento contra o câncer, mas seu quadro se agravou e ele não resistiu. O diagnóstico da doença aconteceu em 2019 em uma consulta que fez para tratar uma infecção de pele. Ele deixou um filho, Tomás, que tinha 15 anos na época da morte do pai.
Maio foi um mês complicado e outra morte que pegou o Brasil de surpresa foi a do cantor MC Kevin, que tinha 23 anos. O funkeiro caiu do 5º andar de um prédio localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, ao tentar pular de uma varanda para outra. A morte foi investigada, mas a polícia concluiu que foi um acidente. O funk ficou de luto e até hoje o cantor recebe homenagens nas redes sociais. Após a morte do artista, houve troca de farpas entre Deolane Bezerra, viúva de Kevin, e MC VK, amigo do cantor que estava com ele no momento do acidente. VK chegou a ser investigado, mas foi inocentado e disse que seu maior erro foi não ter procurado pela mãe do artista, Valquíria Nascimento, após a morte de Kevin.
O sambista Dominguinhos do Estácio morreu aos 79 anos, em Niterói. O artista teve uma hemorragia cerebral e passou por uma cirurgia de emergência que correu bem, mas ele teve problemas no pós-operatório e não resistiu. A carreira na música começou em 1960, na escola de samba Unidos de São Carlos, que depois passou a ser chamada de Estácio de Sá. Ele também passou pela escola Imperatriz Leopoldinense e interpretou o famoso samba-enredo “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”.
Nelson Sargento foi outra grande perda para o samba. O presidente de honra da escola de samba Mangueira morreu aos 96 anos, de Covid-19. Ele foi internado com um quadro de “desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral” e, ao fazer o teste, descobriu que estava com o vírus. Em 2005, ele foi diagnosticado com um câncer de próstata, mas conseguiu se curar. O sambista já tinha tomado as duas doses da vacina. Um dos grandes destaques da sua carreira foi a composição do samba-enredo Primavera, também conhecido como As Quatro Estações, junto com Alfredo Português.
O ex-piloto André Ribeiro morreu aos 55 anos, vítima de câncer no intestino. Nas redes sociais da Fórmula Indy, ele foi definido como “um piloto que fez história, um gentleman, um apaixonado pela velocidade”. A carreira de piloto começou aos 19 anos, quando ele decidiu investir no kart. Ele foi vice-campeão por três anos seguidos e venceu duas vezes a prova Duas Horas de Interlagos, na década de 1980. Depois disso, ele foi para a Europa, competiu na Fórmula 3 e se destacou na Fórmula Indy. André deixou três filhas.
Fonte: jovempan
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