22 de Novembro de 2024

Pesquisa aponta fuga de 30% dos pacientes de urologia na pandemia


Durante a pandemia foi constatada fuga de cerca de 30% dos homens dos consultórios de urologia no País em 2020, aponta estudo do curso de Medicina da USP, em Bauru. A evasão deve trazer sérios impactos na mortalidade masculina nos próximos anos, principalmente em relação ao câncer de próstata, aponta o urologista Aguinaldo Nardi, orientador do trabalho. Trata-se do segundo tipo de tumor que mais mata homens no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A revelação da pesquisa traz ainda mais destaque para a importância de campanhas de conscientização, como o Novembro Azul.

Os dados foram levantados com base nos números do DataSUS. O estudo será apresentado no Congresso Brasileiro de Urologia, em dezembro. O número de diagnósticos, que registrava crescimento médio de 20% ao ano entre 2016 e 2019, também sofreu queda brusca de 29,61% no ano passado. "As causas prováveis passam pelo receio das pessoas em procurar os serviços de saúde e se contaminar com o coronavírus e o fato de que esforços de saúde, naquele momento, estavam direcionados mais ao controle da pandemia", aponta Nícolas Corrêa Stefani, aluno do curso de Medicina da USP em Bauru e autor do estudo.

Na avaliação de Aguinaldo Nardi, que também é professor do curso de Medicina da USP, essa evasão deve aumentar os índices de mortalidade por diversos tipos de câncer nos próximos anos, mas principalmente do de próstata. "A regularidade nas consultas é importante. Quando ela é interrompida, muitos homens deixam de procurar o médico. Se não foi um ano e não aconteceu nada, acha que está tudo bem. Isso é um erro. Em 2021, já recebemos vários pacientes em estágio avançado da doença, quando é impossível curá-lo", alerta o médico.

CONSCIENTIZAÇÃO

A redução de pacientes nos consultórios médicos por conta da pandemia reforça a importância de campanhas como o Novembro Azul, ação de conscientização sobre a necessidade do diagnóstico precoce contra o câncer de próstata. Em 2021, o movimento comemora dez anos e, apesar da relevância, ainda parece ter um longo caminho para vencer um tema que ainda é tabu para muita gente. "O preconceito com o exame de toque retal ainda é o fator que mais afasta os homens do diagnóstico. Outro problema é que o câncer de próstata não tem sintomas nos estágios iniciais. Então, quando eles aparecem, está avançado e não há mais possibilidade de cura", salienta Nardi. Quando descoberto precocemente, as chances de cura saltam para 95%.

"O problema mais grave é que o homem acha que vai ser violentado. É um tabu que precisamos quebrar. E isso só com campanhas educativas, nas escolas, ou com o Novembro Azul é que será possível mudar essa cultura", complementa.

Família é fator importante para levar homem ao médico

Diante da resistência de tantos homens em cuidar da própria saúde, a família se apresenta como um fator capaz de mudar essa mentalidade. "O homem se acha indestrutível, parece que nada vai acontecer com ele. Já com as mulheres é diferente, desde os 14 anos elas vão ao médico, então reconhecem a própria fragilidade do ser humano", afirma o urologista Aguinaldo Nardi.

Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 80% dos homens são estimulados pela família a procurar o médico. "A esposa costuma ser o principal fator para quebrar essa resistência, de aceitar a importância de cuidar da saúde", ressalta o médico.



Fonte: JC Net

Fonte: jcnet

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