A primeira reunião presencial entre representantes do grupo de trabalho (GT) de Minas Energia da equipe de transição de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cúpula-diretora da Petrobras aconteceu na última segunda-feira, 5, na sede da estatal, no Rio de Janeiro. E uma nova reunião já foi agendada para esta terça, 6, para falar de temas de bastante divergência entre as partes: o programa de desinvestimentos, venda de ativos, e o planos de negócios da companhia. O plano de negócios para os próximos cinco anos da estatal foi anunciado na semana passado, com US$ 78 bilhões, crescimento em torno de 15% em relação ao plano anterior. Entretanto, o GT de Transição entende que pontos do plano precisam ser revisto, para que seja possÃvel se preocupar mais com o desenvolvimento sustentável, descarbonização, energias renováveis e ampliação do parque de refino da Petrobras. Além disso, a equipe de Lula também já pediu a suspensão do plano de venda de ativos, o que a estatal negou até que o novo governo seja empossado. Na semana passada, a Petrobras anunciou a venda da refinaria de Manaus, a segunda da estatal que foi repassada para a iniciativa privada. O GT também deve se reunir com representantes da PPSA, estatal para o pré-sal, e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombustÃveis (ANP).
No último encontro, o presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, não esteve presente. Do lado da equipe de transição, que é coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), estiveram presentes o coordenador da área de Minas e Energia, o professor Mauricio Tolmasquim; o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar; a ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Magda Chambriard; e ainda o senador Jean Paul Prates (PT-RJ), cotado para ser o futuro presidente da estatal. Houve uma apresentação sobre a polÃtica de paridade de preço internacional para os representantes do GT de Transição e também discutiram estoques operacionais. Segundo é o professor Tolmasquim, os estoques são suficientes para atender a virada de 2022 para 2023, mesmo com a demanda pelos derivados de petróleo costumando ser maior nos finais dos anos. Antes dos dois encontros desta semana, uma primeira reunião já havia ocorrido de maneira virtual na semana passada, com a presença de Andrade.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga