21 de Novembro de 2024

Plano de sequestro de Moro foi financiado por tráfico internacional de drogas, aponta investigação da PF


MÁRCIO FERNANDES DE OLIVEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Documentos sigilosos da Polícia Federal, obtidos pela Jovem Pan, apontam que operações de narcotráfico provenientes da Bolívia foram as financiadoras da missão de atentando contra o Senador Sergio Moro. Áudios encontrados na conta ICloud utilizada pelo investigado Claudinei Gomes Carias indicam a cobrança de prestação de contas por uma ‘financeira da Bolivia’. A investigação da PF afirma que o material mostra que “se a prestação de conta não for enviada no tempo certo, a financeira da Bolivia que vai cobrar eles, ou seja, o dinheiro que é recebido pelos investigados vem, naturalmente, do tráfico de drogas”, escreveram os investigadores. O áudio foi enviado por um investigado identificado com o codinome “MILCO”, que segundo a investigação seria o responsável por realizar as cobranças de prestação de contas dos integrantes que realizam a maior parte das atividades de campo. “Não sei qual que é a dificuldade, o dia inteiro, aí, mano. O bagulho da engrenagem, aí, mano. Nós tá pedindo desde uns dias a parada, não tá dando atenção, Boy. Fala pra ele que você vai jogar do jeito que tá aí. Depois ele vai trocar umas ideia com os irmãos da financeira, lá da Bolívia, lá, Boy. Não vai ser comigo, não. Entendeu? Maior falta de responsabilidade, do caralho. Preciso dessa parada, aí, filho”, diz o áudio. Na conta de um dos investigados, também aparece o contato de um número boliviano salvo como “Richard?dod”. Segundo a Polícia Federal, há indícios de que dono do telefone faça parte do grupo “05 novo” de integrantes da célula da restrita 05 do PCC.

Em outro áudio, ligações com a Bolíva são citadas novamente. “E a fita é a seguinte, Boy. O Fala, na hora que ele pular em você, fala pra ele, já não é comigo mais, não. Vou chutar seu número pros irmãos da Bolívia, lá, que os irmãos pediram, entendeu? E já era. Porque eu fiquei, aqui, me humilhando pra você ontem e você não veio”, diz um dos investigados. A missão tinha como objetivo o resgate do líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. O ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato entrou na mira da organização criminosa ao transferir diversas lideranças para presídios de segurança máxima, como ocorreu com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O narcotraficante foi levado para Brasília e depois, com a descoberta de um plano de fuga, acabou transferido novamente para Porto Velho, retornando para a capital no início deste ano por determinação do atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino. A investigação da PF aponta que a operação foi financiada com o dinheiro no tráfico de drogas proveniente da Bolívia.

“Não há dúvidas da aplicação dos valores oriundos do tráfico de drogas e da associação para o tráfico de drogas de JANEFERSON [Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo] para o financiamento das atividades criminosas na cidade de Curitiba/PR, sendo que o patrimônio identificado em nome de terceiros é parte vital das ações policiais para a completa desarticulação dos crimes em apuração, notadamente porque com a prisão dos líderes, esse patrimônio é novamente absorvido pela ORCRIM [organização criminosa] para continuar a prática dos mesmos delitos. A prova disso está na anotação sobre os “cofres” onde se citam claramente NADIM e TOBE, ambos mortos pelo PCC e naturalmente as armas sob a responsabilidade deles foram deslocadas para continuar com a mesma missão anterior, qual seja, o ataque a autoridades públicas. No caso concreto, tanto o resgate de MARCOS WILLIAN, vulgo MARCOLA quanto o sequestro (e morte) do Senador Sergio Moro”, diz o documento.


Fonte: jovempan

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