A polícia do Rio de Janeiro realiza neste domingo a reconstituição do acidente com um carro alegórico que ocorreu durante o Carnaval da cidade, no mês de abril, e levou Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, à morte. A reprodução simulada está prevista para começar às 18 horas. Diversas pessoas já prestaram depoimento à polícia, que tenta esclarecer o que houve exatamente. O depoimento mais aguardado era o do motorista do carro alegórico, que não teve o nome divulgado. Segundo os agentes, as informações dele são controversas, já que teria dito que nenhuma criança estava no local. Apesar disso, segundo a delegada da 6ª DP, as imagens do circuito de segurança de câmaras de moradores da região do Sambódromo mostram muitas crianças na região. As imagens mostram inclusive que havia muitas crianças, inclusive, em cima do carro. Raquel Antunes da Silva acabou ficando imprensada entre o veículo e um poste. A menina foi encaminhada rapidamente para o hospital Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, onde passou por uma cirurgia que durou cerca de seis horas, teve a perna direita amputada, ficou internada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao ter uma parada cardiorrespiratória.
Depois do acidente, as tratativas ligadas à investigação da polícia acabaram demorando bastante, primeiro porque o motorista do carro alegórico não foi encontrado para depor inicialmente. Ele só prestou depoimento após mais de duas semanas do ocorrido. Depois foi necessário que o diretor da escola de samba Em Cima da Hora também fosse à delegacia para prestar depoimento e também outras pessoas que estavam presentes na dispersão. Uma perícia foi realizada no carro alegórico. A delegada do caso disse que o carro foi encaminhado para um depósito da escola de samba, que, por sua vez, alegou que o serviço de transporte do veículo teria sido feita por uma empresa terceirizada, o que também estaria dificultando o trabalho investigativo.
O Ministério Público do Rio de Janeiro já havia preconizado que crianças não pudessem ficar próximas da região da dispersão. A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro também foi ouvida e disse que já havia preconizado que as crianças não estivessem no local. A mãe da menina Raquel passou muito mal ao chegar ao hospital e, grávida, teve que ser internada. Houve uma grande preocupação de que ela não perdesse o bebê em função da situação emocional em que ficou.
*Com informações do repórter Mateus Koelzer