A cidade de Pelotas, situada na zona sul do Rio Grande do Sul, está passando por um momento crítico devido ao aumento dos níveis dos rios na região. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), em entrevista ao Jornal da Manhã, descreveu a situação como uma catástrofe sem precedentes, afetando severamente muitas áreas, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. Localizada às margens da Lagoa dos Patos, Pelotas se encontra em estado de alerta máximo, com a população e as autoridades se preparando para o possível agravamento das inundações, uma vez que as águas acumuladas tendem a seguir seu curso em direção ao mar, atravessando a cidade. “Todas as águas que estão acumuladas na região metropolitana vai descer pela Lagoa dos Patos. E nós estamos à beira da Lagoa dos Patos. Então, a nossa preocupação é de prevenir o pior. Já houve um crescimento do volume de água da Lagoa dos Patos e também no Canal São Gonçalo. Ainda não chegou ao nível de setembro de 2023, mas estamos muito apreensivos para os próximos dias. Tem previsão de chuva forte no extremo sul do Estado. Por enquanto os ventos estão favoráveis, mas pode haver mudança”, alertou Mascarenhas.
Em resposta à emergência, a prefeitura de Pelotas tem implementado uma série de medidas preventivas e de preparação. Entre elas, o reforço dos sistemas de contenção de cheias e a organização de abrigos para acolher a população desabrigada se destacam. Até o momento, mais de 130 pessoas encontram-se em abrigos públicos, enquanto outras 500 foram obrigadas a abandonar suas residências, buscando refúgio junto a familiares e amigos. A prefeita Mascarenhas fez um apelo especial aos moradores das áreas mais vulneráveis, como as colônias de pescadores, para que busquem locais seguros. “Estamos vendo que a natureza está se rebelando muito antes do que se esperava. Medidas precisam ser tomadas. O momento é de prevenção total, a gente quer evitar perdas maiores, sobretudo humanas. Passado isso, vamos precisar reconstruir o nosso Estado.”
A longo prazo, Mascarenhas enfatiza a importância de adotar medidas estruturais para a reconstrução do Rio Grande do Sul e a prevenção de futuras catástrofes. A visita do presidente Lula e de outras autoridades federais ao Estado reflete o esforço conjunto dos três níveis de governo na busca por soluções duradouras. A prefeita ressaltou a necessidade de avançar em planos de resiliência e prevenção, contando com o apoio de instituições científicas para um monitoramento mais eficaz e um entendimento aprofundado dos fenômenos naturais que impactam a região. “Precisamos avançar nas questões de prevenção. Por exemplo, temos aqui grandes universidades. Elas estão nos ajudando a monitorar o volume das águas. Mas o que os meteorologistas e hidrólogos nos dizem que é muito difícil prever porque não temos um sistema de monitoramento da Lagoa dos Patos, uma das maiores lagos da América. E não tem um sistema de monitoramento para que se construa parâmetros para a gente avaliar o que pode acontecer. Então a gente precisa avançar, sim, nos planos de prevenção”, disse a tucana.
Além dos desafios imediatos, a crise tem afetado significativamente o sistema de saúde de Pelotas, que serve uma população de quase 1 milhão de habitantes. Com hospitais recebendo pacientes de áreas afetadas e a preocupação com o abastecimento de insumos médicos devido à interrupção das vias de acesso, a prefeitura está mobilizada para garantir a assistência necessária. A prefeita Mascarenhas reforça a importância da solidariedade e da colaboração entre todos os setores da sociedade para superar a crise atual e minimizar seus impactos a longo prazo.
Fonte: jovempan
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