O São Paulo amargou um déficit de R$ 106 milhões no ano passado, afirmou o presidente Julio Casares, na tarde desta quinta-feira, 17. De acordo com o mandatário, o balanço financeiro será apresentado para aprovação do conselho deliberativo no próximo dia 24 de março. Apesar de afirmar que o prejuízo estava dentro do esperado, o valor difere do projetado pela então diretoria encabeçada por Leco, no final de 2020 – na ocasião era previsto um superávit de R$ 12 milhões. Segundo o dirigente são-paulino, o desempenho negativo nas finanças foi necessário para conseguir montar um elenco competitivo durante a temporada – o clube saiu de uma fila de quase nove anos ao ganhar o Paulistão de 2021.
“Nesse exercício nós tivemos inúmeros compromissos que conseguimos colocar dentro desse exercício de 2021, que reflete o balanço. Temos rescisões de contrato, decisões judiciais, variação cambial, e nós temos também uma opção que o orçamento anterior, além de eu pagar compromissos anteriores com jogadores de dívidas de curtíssimo prazo, processos que estavam na Fifa, não deixaram um orçamento sequer para eu ser competitivo e contratar jogadores. Esse pequeno estouro no investimento em atletas foi para que a gente conseguisse compor um elenco competitivo. Portanto, com um elenco competitivo, você melhora bilheteria, melhora as vendas de camisas, premiação”, afirmou em entrevista ao “Globo Esporte.com”, nesta quinta.
Casares também lembrou que recusou propostas por jogadores da base, como Gabriel Sara e Rodrigo Nestor, esperando que os jovens entreguem mais ao São Paulo, tanto no aspecto esportivo quanto no financeiro. “Já estava no planejamento – com todas as dificuldades do cenário econômico, de transação de atletas – um resultado ainda deficitário. Mas nós preferíamos manter um time, um legado esportivo, com maior valorização dos nossos jovens. O déficit que será apresentado, embora seja um déficit menor que o anterior, poderia ser resolvido com um pequeno superávit se nós tivéssemos vendidos dois atletas. Nós tínhamos condições de vendê-los, mas aí o São Paulo teria um grande prejuízo esportivo”, prosseguiu o presidente, que admitiu algumas pendências com atletas do atual time.
Mesmo com os problemas financeiros, Casares declarou que as obrigações de curto-prazo representam, agora, menos da metade das dívidas são-paulinas. “Estamos saneando o São Paulo. Saímos de um patamar de curtíssimo prazo que chegava quase a 60% e hoje passa de 40%. Esse curtíssimo prazo é o que asfixia. Nosso perfil de dívida mudou, nós temos uma dívida mais alongada, mais prolongada. Com isso, temos condições de planejar”, analisou o presidente do Tricolor.