O príncipe Harry deverá comparecer na terça-feira, 6, a um tribunal de Londres para testemunhar contra um jornal sensacionalista. Os jornais britânicos esperavam que o filho caçula do rei Charles III, de 38 anos, comparecesse nesta segunda-feira, 5, à audiência do julgamento contra o Mirror Group Newspapers (MGN), editor do jornal Mirror e da revista Sunday People, entre outras publicações. Jornalistas e fotógrafos aguardavam por ele desde o início da manhã na entrada da Alta Corte de Londres, contudo, seu advogado, David Sherborne, informou, no entanto, que ele vai depor somente na terça, pois estava comemorando o segundo aniversário de sua filha, na Califórnia, e não chegaria ao Reino Unido antes da noite de domingo. O juiz Timothy Fancourt se declarou “um pouco surpreso” com o anúncio, e o advogado do MGN, Andrew Green, “profundamente perturbado”, pela ausência de Harry, o qual disse querer interrogar durante um dia e meio, lamentando o “tempo perdido” na tarde desta segunda.
Harry e outras celebridades acusam a MGN de coletar informações sobre eles de forma ilegal, incluindo invasão do telefone. No início do julgamento, em 10 de maio, o MGN reconheceu “alguns indícios” de coleta ilícita de informações, pediu desculpas e garantiu que “esta conduta nunca mais se repetirá”. Ele será a primeira pessoas da família real britânica em um século a depor na justiça em mais de um século. A terça-feira marcará a primeira declaração de um membro da realeza em um tribunal desde Edward VII, por ocasião de um julgamento por difamação em 1890, antes de se tornar monarca. Harry, que abalou a monarquia quando ele e Meghan anunciaram, há mais de três anos, que estavam deixando a instituição, tem outros processos abertos contra a imprensa em seu país. Entre os motivos para deixar o Reino Unido, o casal citou a pressão insuportável da mídia e ataques racistas à atriz. Em março, Harry pareceu de surpresa em um tribunal de Londres, em outro processo por violação de privacidade movido por várias celebridades — como o cantor Elton John — contra o grupo Associated Newspapers Ltd, editor do jornal Daily Mail. Mas ele não falou no julgamento, apenas apresentou seu testemunho por escrito.
O príncipe, quinto na linha de sucessão ao trono, e sua esposa mantêm relações muito tensas com a imprensa. Há algumas semanas, ambos relataram que sofreram uma perseguição de carro “quase catastrófica” por parte de paparazzi nas ruas de Nova York. As autoridades locais minimizaram o episódio, que lembrou o acidente de trânsito de 1997, em Paris, que matou a mãe de Harry, a princesa Diana, enquanto era perseguido por fotógrafos. Em sua série documental “Harry & Meghan” e em seu explosivo livro de memórias “O que sobra”, o príncipe acusou outros membros da monarquia britânica de conivência com a imprensa. E, em documentos apresentados aos tribunais em abril, afirmou que a família real havia chegado a um “acordo secreto” com um editor para evitar que qualquer um de seus membros tivesse que depor. Isso o impediu, alegou Harry, de entrar com uma ação enquanto fazia parte da realeza.
Um biógrafo do príncipe, Omid Scobie, coautor de um livro sobre Harry e Meghan publicado em 2020, testemunhou que, enquanto estagiava no Sunday People, ele foi ensinado a hackear mensagens de voz. Também contou que, quando trabalhou no Mirror ouviu o então editor Piers Morgan dizer que uma informação sobre a cantora Kylie Minogue havia sido obtida com uma mensagem de voz. Morgan, diretor do tabloide de 1995 a 2004, negou qualquer envolvimento na invasão dos telefones.
Fonte: jovempan
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