O ex-deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quinta-feira, 12, para falar sobre a confirmação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da formação da federação partidária entre a legenda e o PSDB. Ele também comentou as próximas definições da chamada “terceira via” sobre o lançamento de um único candidato entre MDB, Cidadania e PSDB no próximo dia 18 de maio. Segundo Freire, o PSDB vive um novo momento de tensão interna com a decisão da candidatura única entre os três partidos. Apesar disso, ele diz acreditar que o partido deverá superar e aceitar a escolha final, entendendo que essa é uma “exigência do Brasil”.
O ex-deputado disse não acreditar que a formação da federação partidária possa ajudar a resolver a divisão interna do PSDB. “Não é a nossa chegada que vai aliviar isso. O que vai aliviar é a necessidade de encontrar uma unidade. Nenhum partido vive dessa forma. Me parece que o PSDB, quando admite a federação conosco, é porque está querendo ter continuidade política. Então, ele vai ter que encontrar um modus operandi, um modus vivendi. Todos os partidos vivem crises. Eu acho que o PSDB vai conseguir, por exemplo, deter o processo que poderia ocorrer com Eduardo Leite. Houve a composição, houve o retorno do Eduardo Leite e sua integração. Isso foi um momento que superou um dos possíveis motivos de ruptura. E, agora, vai ter, talvez, um momento um pouco mais de clímax com a decisão de qual candidatura, porque deixará de ter a candidatura da federação e poderá haver a candidatura de um partido que faz parte hoje, do jeito que se convencionou chamar, da terceira via. No caso, a candidatura do MDB também. É um momento de aumento de temperatura, mas acredito que vai ser superado, até porque é exigência do Brasil.
Sobre a formação da federação partidária, ele explicou que Cidadania e PSDB vão atuar como se fossem um único partido pelos próximos quatro anos, fazendo ajustes necessários nas duas legendas para tal. “Vai atuar como um único partido, no processo eleitoral, no processo político, em todas as casas legislativas do Brasil funcionará como um único partido. Isso exige, evidemente, que haja arranjos do ponto de vista eleitoral, de composição de chapas, mas vai ter que se trabalhar um processo de concepção política para que mantenhamos algo que construa alternativas, que pense o país e que apresente essa visão para a sociedade brasileira. Isso é, inclusive, algo que está faltando no Brasil de hoje”, afirmou o presidente do Cidadania.
Roberto Freire ainda defendeu ser normal que, neste momento, membros do PSDB e do Cidadania declarem apoio a Bolsonaro ou a Lula. Segundo ele, isso não pode ser evitado e é natural neste momento das eleições, com uma unidade ficando mais viável apenas em períodos mais próximos das eleições. O ex-deputado ainda argumentou que o processo eleitoral está apenas começando e que a população ainda não está sintonizada com o pleito, mas preocupada em resolver os problemas do cotidiano, como os altos preços no supermercado, por causa da elevada inflação, e o desemprego. Para ele, até o candidato da terceira via ser definido e se concretizar entre o povo brasileiro, a taxa de indecisos nas pesquisas eleitorais continuará alta, mas deverá migrar a medida que as eleições forem se aproximando.