O PT e o PSD avançaram, nos últimos dias, para construção de um acordo sobre as eleições estaduais em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país. Segundo apurou a Jovem Pan, o partido de Gilberto Kassab deve ceder o posto de vice-governador na chapa de Alexandre Kalil (PSD) a um petista. O aceno visa garantir o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ex-prefeito de Belo Horizonte.
A ideia é ceder o posto de vice na chapa de Kalil ao deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), líder da sigla na Câmara dos Deputados e até então candidato petista ao Senado. Outro nome aventado, de acordo com relatos feitos à reportagem, é o do deputado estadual André Quintão. A princípio, o cargo seria ocupado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agustinho Patrus, que trocou o PV pelo PSD recentemente e é um aliado de Kalil no Legislativo mineiro.
“A aliança está praticamente construída, falta detalhar os espaços. Estou responsável pelo desenho do acordo”, disse Lopes à Jovem Pan. Na tarde da segunda-feira, 16, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi ao Twitter comentar as tratativas. “Importante conversa hoje com Lula e o companheiro Reginaldo Lopes, que vai conduzir a construção do palanque Lula-Kalil e coordenar a campanha de Lula e Alckmin no Estado. Juntos para vencer em Minas e no Brasil”, escreveu. Procurada pela reportagem para comentar a possibilidade de Reginaldo Lopes ocupar a vice de Kalil, Hoffmann não respondeu.
O possível acordo entre PT e PSD pode colocar fim a um impasse que se arrastava há semanas. Nessa configuração, o partido de Kassab manteria a candidatura de Alexandre Silveira ao Senado e contaria com o apoio de Lula e seus aliados na composição. Como a Jovem Pan mostrou, Kalil sempre foi um entusiasta do acordo com o Partido dos Trabalhadores. O ex-prefeito de Belo Horizonte, porém, dizia a interlocutores que esperava um apoio explícito dos petistas, e não um “namoro escondido”. O desfecho positivo nesta tratativa é considerado importante para as duas partes: Kalil teria o apoio de Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto, e ganharia musculatura para enfrentar o governador Romeu Zema (Novo), que busca a reeleição, enquanto o ex-presidente ganharia um palanque robusto no segundo maior colégio eleitoral do país.