Deputados da Comissão de Minas e Energia se dizem surpresos com a saída de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia. A exoneração aconteceu nesta quarta-feira, 11, e foi confirmada em publicação no Diário Oficial da União (DOU), onde também foi nomeado o economista Adolfo Sachsida para o comando da pasta. Um dos motivos da mudança é a recente alta dos valores do diesel, que desagradou o presidente Jair Bolsonaro. Em audiência, o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) lamentou a mudança. “Queria aproveitar rapidamente para registrar a surpresa que tivemos hoje com a saída do ministro de Minas e Energia, ministro Bento Albuquerque. Alguém que sempre atuou com a gente desde 2019, na lei do gás, em outros temas, com muita sabedoria, com atuação muito favorável ao Brasil”, afirmou o parlamentar, que espera o bom diálogo com o novo ministro. Nesta quarta-feira, a Comissão de Minas e Energia adiou o debate sobre o aumento médio de 25% nas tarifas no Ceará. Os parlamentares se dividem sobre a redução dos valores e eventuais ressarcimentos ao consumidor.
O deputado Joaquim Passarinho (PL) acha que o tema precisa ser mais discutido. “Esse aumento foi dado em 2019, imagina se a gente susta isso agora. Olha a confusão que vamos criar, não sabemos nem o impacto disso. Como devolver isso ao cidadão que pagou essa energia? Ou essa comissão toma esse tipo de atitude em cima do ato ou é muito difícil agora. Imagina, três anos depois, isso já andou, os moradores que pagaram já não estão no mesmo lugar, imagina. Como devolve isso?”, questionou. O deputado Christino Aureo (PP) avalia que o Congresso deve analisar decisões do setor energético, mas pondera. “Não é por meio de uma votação de projeto legislativo constante que vamos trazer para o âmbito desse colegiado a decisão de agências regulatórios que foi exatamente o parlamento que fortaleceu. […] Se o ato não conta com a concordância ou a visão clara do ato feito pelo agente regulatório, que isso seja discutido de imediato”, completou.
*Com informações da repórter Nanny Cox