Um casal denuncia a aplicação equivocada do imunizante contra a Covid-19 no filho, de apenas 12 anos, em Bauru. No cartão de vacinação, consta a primeira dose da Pfizer e a segunda de Coronavac (Butantan), situação não recomendada pelo Ministério da Saúde (leia mais abaixo). A prefeitura confirma o erro e diz que remeterá o caso à Secretaria de Estado de Saúde para analisar a eficiência da vacina aplicada.
Por conta do autismo, o garoto tem dificuldades para se comunicar e expressar possíveis reações. Desde o ocorrido, na manhã desta quinta-feira (10), a família tem monitorado o adolescente. Até o fim da tarde de ontem (11), o jovem não apresentava nenhum problema aparente.
Segundo o pai do menino, o investigador da Polícia Civil Márcio Cunha, havia três funcionárias na sala de vacinação da UBS do Jd. Europa, onde o fato ocorreu (apesar de também ter sido anotado erroneamente a unidade "Jussara" no cartão). Só depois da aplicação é que uma delas teria se atentado de que não se tratava do mesmo imunizante da primeira dose. "Não teve um mínimo de cuidado. Era só ter lido no cartão de vacinação. Foi uma grande falta de consideração", critica.
Desde então, a família redobrou a atenção sobre o menino e marcou consulta com um pediatra. "Várias dúvidas surgem agora. Não só se ele vai ter alguma reação, mas também se vai estar protegido da Covid. Mudou toda a nossa rotina", afirma Márcio. Ainda segundo o pai, eles têm monitorado se há sintomas como febre, dor de cabeça ou diarreia. Ainda na quinta-feira, ele registrou reclamação na Ouvidoria do Município e também no Ministério da Saúde.
Segundo a Prefeitura de Bauru, após o equívoco, a mãe foi imediatamente comunicada e orientada sobre os procedimentos a serem adotados.
O caso, segundo o Executivo, foi notificado à Vigilância Epidemiológica e será acompanhado pela UBS do Jardim Europa até que o Ministério da Saúde se posicione.
Nota técnica da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, não recomenda a intercambialidade de vacinas, ou seja, a administração de uma segunda dose diferente da primeira. Apesar disso, autoriza o uso de imunizantes diferentes em situações de exceção, como diante da impossibilidade de aplicar uma segunda dose igual à primeira, por contraindicações específicas ou pela ausência de determinada vacina no País.
O documento, publicado em julho do ano passado, fundamenta a orientação considerando ainda não existirem estudos de eficácia e segurança em larga escala. No entanto, conforme consta o texto, considera ser esperado que uma segunda dose de outro imunizante seja capaz de induzir uma amplificação da resposta imune.
A nota técnica orienta ainda que os casos de indivíduos imunizados de maneira inadvertida com duas vacinas diferentes sejam notificados como um erro de no sistema do SUS.
Fonte: jcnet
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