Há quase dois anos sem registros, Bauru voltou a confirmar a circulação comunitária da Influenza H3N2. Apesar disso, ainda não se sabe se é referente à cepa nova, que tem gerado surtos em algumas regiões do País. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde, que recebeu do laboratório local do Instituto Adolfo Lutz a confirmação de seis casos positivos de H3N2 em moradores da cidade. Os exames foram enviados para a Capital e a prefeitura aguarda, agora, o resultado do sequenciamento genético para saber qual das duas subtipagens do vírus circula no município: se é a cepa Hong Kong, que já foi registrada por aqui, ou a Darwin, descoberta há seis meses na Austrália (veja mais no quadro ao lado).
Conforme o JC tem noticiado, a mutação Darwin de H3N2 tem sido apontada como responsável por provocar surtos de gripe e aumentar a procura por atendimento médico em hospitais da Capital e de vários Estados no País (leia mais na página 16).
Segundo o Departamento de Saúde Coletiva (DSC), dos seis casos positivos em Bauru de H3N2, dois são homens e quatro são mulheres, entre 13 e 57 anos. As amostras foram coletadas na semana passada e todos passam bem. A situação mais grave atendida foi de uma paciente de 27 anos, asmática, que teve Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e ficou internada em um hospital público, de 16 a 18 de dezembro.
SENTINELA
Os outros cinco casos foram descobertos após a coletas de exames em UPAs e em UBSs da cidade. São amostras de rotina que o município recolhe por integrar o programa de Vigilância Sentinela Influenza. Semanalmente, cinco exames de pacientes com síndrome gripal e suspeita de Influenza são coletados, totalizando 20 ao mês, durante todo o ano.
O material é enviado para análise, visando a identificação de vírus Influenza circulante no ano. As informações colaboram no desenvolvimento da vacina nacional que será disponibilizada no ano seguinte.
A Secretaria de Saúde ainda aguarda os resultados do sequenciamento genético para a confirmação da subtipagem dos casos positivos de H3N2. Há uma expectativa de que o resultado saia entre 15 e 20 dias, segundo o diretor do Departamento de Saúde Coletiva de Bauru, Ezequiel Santos.
PREOCUPANTE
Apesar da preocupação diante de uma possível confirmação da Darwin em Bauru, já que é uma variante para a qual ainda não há vacina (o imunizante é esperado apenas para março de 2022), Santos ressalta que todas as cepas da Influenza merecem atenção.
"Quando falamos em Influenza, todas são preocupantes por possuírem alto índice de letalidade. Na campanha de imunização contra a Influenza neste ano, atingimos 76% de cobertura vacinal, o que não é ruim. Mas a proteção é apenas contra a cepa Hong Kong. Contra a Darwin, ainda não temos a vacina. Por isso, as medidas sanitárias, como o uso de máscaras, lavagem de mãos e evitar aglomerações, são essenciais", ressalta Ezequiel.
Desde 2018, Bauru não registra mortes por qualquer tipo de Influenza. Naquele ano, contudo, das 14 pessoas que ficaram internadas em estado grave com a doença, nove não resistiram. Esse índice de letalidade dos pacientes que precisam ser hospitalizados é encarado como uma grande preocupação pelos especialistas.
Em 2019, houve o registro de H3N2, mas a circulação foi baixa em Bauru. E, em 2020, nenhum caso desse tipo de gripe foi registrado por aqui.
Neste ano, a Saúde municipal havia confirmado apenas um caso de Influenza A H1N1 e um de Influenza B, antes da divulgação dos seis registros positivos de H3N2 em questão.
Fonte: jcnet
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