Saúde tem 101 servidores afastados por infecção de Covid ou Influenza

Os efeitos da quarta onda da pandemia da Covid-19, associada ao surto de gripe na cidade, estão sendo sentidos também pelos profissionais da saúde, incluindo os que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 101 servidores da pasta estavam afastados por infecção de Covid-10 ou Influenza, conforme levantamento feito na última sexta-feira (14) a pedido do JC.

Deste total, 64 atuam na linha de frente, em setores de urgência e emergência do Pronto-Socorro Central, Posto Avançado Covid-19 (PAC), Samu, UPAs e unidades básicas de saúde (UBSs). O número representa 9% do total de aproximadamente 700 servidores da saúde que atuam diretamente nestas funções. Já em relação ao quadro total de funcionários da pasta, o índice de afastamento por Covid-19 ou Influenza é de 5% do contingente de 2 mil trabalhadores.

A prefeitura não informou números separados de casos de Covid e Influenza. E, mesmo diante da relevância do assunto, a Secretaria de Saúde não destacou nenhum porta-voz para dar mais esclarecimentos sobre este cenário, que ocorre em meio ao à elevação, em ritmo acelerado, de casos de infecção pelo novo coronavírus na cidade.

Somente nesta sexta-feira, o Departamento de Saúde Coletiva do município informou que foram identificados mais 464 novos casos da doença em um intervalo de 24 horas. Nas primeiras duas semanas de janeiro, já são 1.835 pessoas contaminadas, mais que o dobro das notificações somadas de novembro e dezembro inteiros. Juntos, estes dois meses contabilizaram 827 casos.

Em janeiro, cinco pessoas perderam a vida para a Covid-19. Este número, apesar de estar longe das centenas de mortes mensais que assolaram Bauru no primeiro semestre de 2021, já é maior do que a quantidade de vítimas registrada em novembro (4 óbitos) e dezembro (3 óbitos).

MORTALIDADE

Segundo informações do Departamento de Saúde Coletiva do município, já veiculadas pelo JC, a expectativa é de que os níveis de mortalidade não registrem nova explosão, considerando que a variante ômicron, já em circulação na cidade, tem provocado quadros menos graves de Covid-19 por onde passou, ao redor do mundo.

Há de se considerar, ainda, a cobertura vacinal contra a doença alcançada até aqui, visto que 78,7% dos moradores da cidade, ou 300.658 pessoas, tomaram as duas doses ou a dose única da Janssen. Deste total, 100.733 haviam tomado a dose adicional até esta sexta-feira.

Mesmo assim, a ocupação de leitos no hospital de campanha instalado no Hospital das Clínicas - referência para atendimento de pacientes com Covid-19 que precisam de internação na rede pública - já é alta, tendo em vista a disponibilidade restrita de vagas. Os 10 leitos de UTI estavam com 90% de ocupação e os 20 leitos de enfermaria, com 95% de ocupação na última sexta.

Quando as vagas desta unidade acabam, os pacientes passam a ser encaminhados à Unidade de Cuidados Respiratórios (UCR) do Hospital Estadual, onde são atendidas diversas doenças deste tipo, incluindo a Covid-19. Na sexta, dos nove leitos de UTI da unidade, dois estavam ocupados, sendo um paciente com Covid-19. Já na enfermaria, dos 19 leitos, dez estavam ocupados.