22 de Novembro de 2024

Sem Moro, Podemos não desiste e pretende lançar um novo pré-candidato à Presidência


Reprodução/Teitter?@RenataAbreu1919

Sem pré-candidato à Presidência da República desde que o ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro trocou a sigla pelo União Brasil, em um movimento que pegou todos os filiados de surpresa, membros da cúpula do Podemos se reuniram na quarta-feira, 27, para avaliar o cenário nacional. Entre as pautas, a possibilidade da sigla de lançar um novo candidato próprio ao Palácio do Planalto. Reticente com o projeto de “terceira via”, que corre o risco de ruir, a legenda pretende lançar uma postulação própria para marcar posição. “A minha posição pessoal é que o Podemos deve oferecer uma alternativa à polarização. Está bem dividido, com uma tendência maior para que a gente apresente uma alternativa, mesmo que isso represente uma ideia nova para levar o conceito do Podemos”, disse a presidente nacional do partido, Renata Abreu, após o encontro. “Existe um sentimento de participar da viabilização da terceira via no país, inclusive com a possibilidade de propor um nome também para estar neste grupo”, completou.

Durante a reunião, os presentes citaram alguns nomes que poderiam representar o partido e preencher a lacuna deixada por Moro: os senadores Alvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR) e o ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República Santos Cruz. À Jovem Pan, Álvaro Dias, uma das principais lideranças da sigla, criticou a forma como a escolha por um candidato está sendo tratada pela imprensa e por alguns membros do partido. “O partido oficialmente não anuncia nomes. Muito menos uma seleção de nomes como se fosse um time de futebol”, declarou o senador, que disse “não apoiar” a jogada. “Essa tentativa de alguns de queimar o partido jogando nomes como se estivéssemos em uma grande algazarra não tem meu apoio”, acrescentou. No encontro da última quarta-feira, o Podemos não bateu o martelo sobre a postulação. Dias afirma que a sigla irá “monitorar os movimentos”. “O que decidimos é monitorar os movimentos para decidirmos provavelmente em julho”, apontou o senador. “A eleição de presidente e algo de grandeza ímpar e não pode ser tratada com imaturidade política”, seguiu.

Oriovisto Guimarães, por sua vez, acredita ser pequena a possibilidade do Podemos encontrar um nome com viabilidade eleitoral. “Tem uma viabilidade muito pequena. O Podemos é um partido médio, com tempo de televisão de 20 segundos e com uma ramificação não muito grande pelo Brasil. Não tem chances de prosperar”, avaliou, com franqueza, o congressista, em conversa com a reportagem. “Contávamos com a candidatura do Sergio Moro, mas ele saiu e foi para o União [Brasil]. Para quê? Para buscar essas condições que o Podemos não tem: mais tempo de televisão e mais recursos”, resume. No União Brasil, no entanto, Moro foi escanteado pelos novos correligionários, em especial por egressos do DEM – a sigla surgiu da fusão entre Democratas e PSL –, viu o desconhecido deputado Luciano Bivar ser alçado ao posto de pré-candidato da legenda. À Jovem Pan, Oriovisto disse não ter a ambição de se tornar um presidenciável. Questionado sobre a possibilidade de ser o escolhido pelos aliados, o senador afirmou ser “muito cedo para essa conversa”.

Se alguns quadros do Podemos veem com ceticismo a ideia do partido lançar uma candidatura competitiva, o senador Eduardo Girão (CE), por outro lado, é um entusiasta desta bandeira. “Defendi [na reunião da Executiva] que o Podemos ofereça uma alternativa”, diz. Além dos colegas de Senado aventados, o parlamentar sugere o nome do ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol – o ex-procurador é tido pela cúpula da sigla como o grande puxador de votos para a Câmara dos Deputados. Girão diz que o partido deve marcar posição para reafirmar bandeiras com as quais o Podemos se identifica, como a defesa da prisão após a condenação em segunda instância, o fim do foro privilegiado e do instituto da reeleição. A autointitulada terceira via prometeu anunciar, no dia 18 de maio, o nome do candidato que representaria o bloco formado, a princípio, por MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil. A ideia de caminhar para a convergência esbarra na falta de critérios para a escolha do postulante e nas pretensões individuais de pré-candidatos que patinam nas pesquisas de intenção de voto. Enquanto isso, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) assistem de camarote a implosão desta articulação, polarizam a disputa e concentram a preferência de boa parte do eleitorado.


Fonte: jovempan

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