Após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria pela condenação de Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu pelos atos do 8 de Janeiro, os ministros seguiram em votação divergindo sobre o reconhecimento da atuação dos manifestantes para atentar contra a democracia e tentar derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o relator Alexandre de Moraes, Aécio deve ser condenado a 17 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. O entendimento foi acompanhado pelos ministros Fachin, Fux, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia. Rosa Weber e Toffoli. Zanin e Barroso reconheceram o golpe de Estado, mas sugeriram penas diferentes. Já Mendonça e Nunes Marques rejeitaram a tese de Golpe de Estado.
Cristiano Zanin votou pela condenação e fixou pena de 15 anos, enquanto Barroso propôs prisão de 10 anos. Em sessão anterior, o ministro Nunes Marques reconheceu que o acusado cometeu apenas os crimes de dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado, mas não ficou configurada a tentativa da atacar a democracia e de dar um golpe de Estado. André Mendonça acompanhou o entendimento. Durante a sessão, Mendonça, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a Força Nacional poderia ter sido acionada pelo Ministério da Justiça para evitar os ataques. “Em todos esses movimentos de 7 de Setembro, como ministro da Justiça, eu estava de plantão com uma equipe à disposição, seja no Ministério da Justiça, seja com policiais da Força Nacional que chegariam aqui em minutos para impedir o que aconteceu. […] Eu não consigo entender e também carece de resposta como o Palácio do Planalto foi invadido da forma como foi invadido”, disse Mendonça.
Aécio Lúcio Costa Pereira, morador de Diadema, região metropolitana de São Paulo, foi preso pela Polícia Legislativa no plenário do Senado. Ele chegou a publicar um vídeo nas redes sociais durante a invasão da Casa e continua preso. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o acusado e os demais investigados de atuarem como executores dos atos participaram da depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do STF, quebrando vidraças, portas de vidro, obras de arte, equipamentos de segurança, e usando substância inflamável para colocar fogo em carpetes. Durante o primeiro dia de julgamento, a defesa de Aécio Pereira disse que o julgamento do caso pelo STF é “político”. Segundo os advogados, o réu não tem foro privilegiado e deveria ser julgado pela primeira instância. Além disso, a advogado rebateu acusação de participação do acusado na execução dos atos.
Fonte: jovempan
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