21 de Novembro de 2024

'Super disseminadores' e ômicron reforçam a importância das máscaras


O arrefecimento da pandemia no fim de 2021 fez muita gente relaxar no uso de máscaras, mas o aumento súbito das contaminações, nas últimas semanas, reforça a importância de os cuidados serem mantidos, especialmente com relação às máscaras. Médico infectologista da Unesp de Botucatu e pesquisador do comportamento epidemiológico do SARS-Cov-2, Carlos Fortaleza reforça o alerta destacando o maior potencial de contágio da ômicron e a existência dos chamados super disseminadores, um fenômeno entre as pessoas descoberto durante a pandemia e que tem sido analisado pelos cientistas.

Embora haja dúvidas sobre as ações do vírus no organismo humano dessas pessoas consideradas super disseminadoras, evidências apontam que essa condição existe. E os motivos possíveis seriam os mais diversos, desde consequências genéticas até hábitos sociais.

"Os estudos mostram que existem pessoas que são super disseminadoras, ou seja, que transmitem muito vírus. E, enquanto na delta, a proporção de contaminação é de 1 uma para cada 1.000, na ômicron, é 1 para cada 20 pessoas. Então, a ômicron tem sido muito mais espalhada que a delta. E se considerarmos os super disseminadores, que são, geralmente, pessoas com sintomas, o impacto pode ser muito grande", aponta Fortaleza, explicando que assintomáticos também transmitem o vírus, mas em menos proporção.

MAIS SEGURAS

Com o vírus mais transmissível, as medidas de proteção devem acompanhar o risco. E o uso de máscaras é essencial, especialmente das que sejam mais eficientes.

"Estamos expostos a uma carga de vírus muito maior. Então, quanto mais segurança tivermos, melhor", defende o infectologista, que aponta como ideal o uso das máscaras N95 e PFF2, que são similares.

Segundo o médico, ambas possuem as mesmas características em relação à segurança contra o SARS-Cov-2, a diferença maior estaria apenas na certificação, que é feita por agências diferentes.

"O 'N' quer dizer que ela não é resistente a óleo e o número significa que ela detém 95% das micropartículas. Já a PFF2 é resistente ao pó, fumaças, aerossol aquoso e/ou oleoso. São máscaras que não foram criadas para o ambiente de saúde, na verdade, elas foram adaptadas", diferencia o médico.

Ele alerta que o uso da N95 E PFF2 é recomendado especialmente para ambientes fechados e com muita gente. "Para elas funcionarem bem, precisam estar vedadas e secas. Podem ser usadas enquanto estiverem integras e não úmidas. Eu chego a usar por quase um mês a N95, mas isso varia muito. Depende das condições dela, se o elástico perde a eficiência e as bordas se desgastam, elas começam a não vedar mais tão bem. Uma dica é, se ela embaça os óculos, é um sinal de que a vedação não está mais tão boa", ensina o infectologista.

RELATIVO

Ainda para situações de maior risco, Fortaleza também classifica como plenamente adequado o uso da máscara cirúrgica, desde que ela seja trocada a cada 4 horas. "O problema é que ela se umidifica rápido e precisa ser trocada e descartada, mas, muitas vezes, as pessoas não se lembram disso. Em razão do pouco tempo de durabilidade, acho que ela acaba compensando menos que a PFF2 e a N95", opina o médico.

Já as máscaras de pano dão proteção relativa, segundo o médico, mas são consideradas apropriadas para uso ao ar livre e em situações de menor risco.

"Uma máscara de tecidos como algodão ou tricoline, por exemplo, com três camadas, funciona razoavelmente bem. Mas, ao longo do tempo, conforme você lava, os poros aumentam e elas não são mais adequadas. Elas resistem plenas a umas três lavagens", ensina o médico.

Double Mask

Quanto ao uso de duas máscaras, como uma cirúrgica e a de pano por cima, Fortaleza prefere não opinar. "O double mask (uso de duas máscaras) é um assunto mal resolvido na literatura internacional. Há quem defenda acreditando que ela melhora a vedação, e há quem rechace. A OMS, por exemplo, é contra, porque daria uma falsa sensação de segurança e não melhoraria a proteção", finaliza o médico e cientista.



Fonte: JC Net

Fonte: jcnet

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