Pelo menos 129 pessoas morreram na madrugada de ontem (2) na República Democrática do Congo (RDC) quando um grupo indeterminado de detentos tentou fugir da prisão central de Makala, a maior do país e localizada na capital, Kinshasa, segundo informou nesta terça-feira (3) o governo congolês. “A contagem provisória é de 129 mortos, 24 deles por disparos de arma de fogo, depois de advertidos ??(pelas forças de segurança), enquanto as demais vítimas morreram por empurrões ou asfixia”, disse hoje na rede social X o ministro do Interior congolês, Jacquemain Shabani Lukoo. “Houve também 59 feridos dos quais o governo já se encarregou, bem como alguns casos de mulheres violentadas”, acrescentou.
O ministro lamentou ainda os “danos materiais significativos” sofridos, uma vez que, durante a tentativa de fuga, foram incendiados os edifícios administrativos do estabelecimento prisional, a enfermaria e os depósitos de alimentos, entre outros. “O governo está satisfeito com o regresso à calma, deplora estes trágicos acontecimentos e apresenta suas condolências aos familiares das vítimas”, declarou Lukoo, destacando que foi instaurada uma investigação para esclarecer o incidente. “Convoquei uma reunião de crise com os chefes dos serviços de defesa e segurança”, completou. Na segunda-feira, o vice-ministro de Justiça congolês, Mbemba Kabuya, tinha reportado apenas duas mortes, confirmando que a prisão não foi atacada pelo lado de fora.
“É mais um movimento de rebelião que começou precisamente no pavilhão 4”, afirmou Kabuya em declarações divulgadas pela imprensa local. A tentativa de fuga havia sido previamente confirmada pelo porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya. “A polícia foi enviada muito cedo para conter este movimento no meio da noite. Houve muitos tiros de advertência e, enquanto falo, acredito que as forças de segurança estão dentro do complexo da prisão central de Makala para tentar restabelecer a ordem”, disse Muyaya, que está em Pequim para acompanhar o presidente do país, Félix Tshisekedi, no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).
Makala foi palco em 2017 de uma fuga em massa de cerca de 4.500 prisioneiros durante um ataque à penitenciária executado por seguidores da seita Bundu Dia Kongo para libertar seu líder, Mwana Nsemi. A prisão de Makala é a maior da RDC e está superlotada, abrigando mais de 15 mil prisioneiros alojados em diferentes pavilhões, embora tenha capacidade máxima para 1.500 pessoas.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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