Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou por meio de sua defesa que o indiciamento pela Polícia Federal na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 não possui embasamento concreto. Segundo nota divulgada nesta quinta-feira (21), a defesa considera que a medida carece de elementos que vinculem Tércio às condutas investigadas e confia que o Ministério Público pedirá diligências complementares antes de qualquer denúncia formal.
Natural de Campina Grande, na Paraíba, Tércio ganhou notoriedade ao administrar a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook, que elogiava Jair Bolsonaro e criticava adversários políticos. Ele foi assessor especial de Bolsonaro durante o mandato presidencial, administrando suas redes sociais, e ocupou cargos no gabinete de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro. Em 2022, foi candidato a suplente de senador, mas não obteve sucesso eleitoral.
Tércio também foi apontado como um dos principais membro do chamado “gabinete do ódio”, suspeito de disseminar desinformação e ataques virtuais contra opositores políticos. Em 2020, uma investigação do Facebook o identificou como administrador de contas falsas usadas para divulgar fake news. Na CPI da Covid-19, foi mencionado em investigações relacionadas à disseminação de informações falsas sobre vacinas.
A Polícia Federal incluiu Tércio entre os investigados em um esquema que teria como objetivo invalidar as eleições de 2022 e viabilizar uma intervenção militar, segundo descrição da PF como uma “dinâmica de milícia digital”. Durante operação recente, seu celular foi apreendido, e ele foi acusado de integrar um grupo que difundiu alegações de fraude eleitoral antes mesmo do pleito, com o objetivo de legitimar a quebra institucional.
A defesa de Tércio sustenta que não há provas concretas que justifiquem o indiciamento e que a inocência será provada ao longo do processo. “Confiamos que o Ministério Público, em sua atuação isenta e técnica, reconhecerá a necessidade de mais diligências, evitando uma denúncia baseada em elementos insuficientes ou especulativos”, declarou o advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz. A investigação agora segue para análise do Ministério Público Federal, que decidirá se formalizará denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Fonte: jovempan
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