A cabeleireira Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, que morreu por uma bala perdida na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, foi atingida por um disparo de longa distância, aponta laudo do Instituto Médico Legal (IML). De acordo com o documento de necropsia, ela foi morta por uma bala que entrou pelas costas e atravessou o corpo. A morte de Gabrielle está sendo investigada pela divisão de homicídios da capital fluminense. Ao todo, 23 pessoas morreram durante a operação policial da semana passada. Testemunhas afirmam que a cabeleireira havia sido atingida por uma bala perdida no Morro da Chatuba, favela vizinha também localizada na Penha. No entanto, a polícia suspeita que o corpo da cabeleireira foi transportado até uma rua da comunidade. Imagens mostram um carro prata fazendo deslocamento. A polícia já está periciando nove fuzis utilizados na parte de mata da Vila Cruzeiro. Os agentes já admitiram que dos 23 mortos, 13 foram retirados da região de mata no dia do confronto. O Ministério Público Federal entrou com uma ação na Justiça para proibir a participação de agentes da Polícia Rodoviária Federal nas operações. Apenas neste ano, a Polícia Militar e PRF participaram de duas ações conjuntas, que somaram oito mortos na primeira e 23 na segunda.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga