O ciclo olímpico do Brasil para Paris-2024 está bem acima das expectativas de especialistas, faltando apenas um ano e meio para a competição. Com um 12º lugar no ranking de medalhas em Tóquio 2020, o país quer mais na França — e terá grandes chances se o nível de 2022 permanecer até os Jogos. O ano foi muito bom para o Brasil nas modalidades olímpicas e paralímpicas. Em mais de 50 campeonatos mundiais de modalidades olímpicas, os brasileiros conquistaram oito medalhas de ouro, seis de prata e dez de bronze. O protagonismo feminino também foi algo que chamou a atenção no período, superando o desempenho em Tóquio (oito medalhas em modalidades femininas e 12 em modalidades masculinas). No paralímpico, foram 91 medalhas: 26 de ouro, 19 de prata e 46 de bronze em 11 modalidades, desempenho bem superior ao de Tóquio, quando o Brasil ficou com 72 medalhas e em sétimo lugar no ranking. O site da Jovem Pan mostra abaixo as principais conquistas do esporte olímpicos em 2022.
Queridinha do país em Tóquio-2020, Rayssa Leal tem tudo para continuar no topo até Paris-2024. A jovem skatista de 14 anos conquistou o campeonato mundial em 2022 após vencer três etapas da SLS e o evento final, o Super Crown, no Rio de Janeiro, no início de dezembro. Com tão pouca idade, Rayssa tem muita margem para evolução no esporte e deve figurar entre as melhores por anos. O skate foi estreante em Tóquio e permanecerá no quadro olímpico em Paris como uma das modalidades mais queridas pelo público.
Assim como Rayssa, Rebeca Andrade ganhou o coração do país (e do mundo) ao levar duas medalhas em Tóquio na ginástica artística. Em 2022, ela manteve o alto nível: foi campeã mundial no individual geral e levou o bronze no solo em sua última apresentação ao som de “Baile de Favela”. Rebeca está com 23 anos e, apesar de ter plenas condições de conquistar mais medalhas em Paris, sinalizou o desejo de se “aposentar” em breve.
O judô foi uma das modalidades com maior avanço no ano — e com protagonismo feminino. Mayra Aguiar cravou seu nome no esporte ao vencer pela terceira vez o Campeonato Mundial na categoria até 78 kg. É a primeira vez que um atleta brasileiro (homem ou mulher) leva o ouro em três edições do torneio. Mas não foi somente ela que subiu ao pódio. Campeã olímpica no Rio-2016, Rafaela Silva também levou o ouro nos 57 kg. O gaúcho Daniel Cargnin foi bronze nos 73 kg masculino, repetindo a medalha de Tóquio. Cargnin, inclusive, levou o ouro no Masters de judô, a segunda competição mais importante do calendário. O Mundial no Uzbequistão entrou para a história do país. A delegação terminou em segundo no quadro de medalhas individual, alcançando o melhor resultado de todos os tempos. Foram quatro medalhas: dois ouros, uma prata (Beatriz Souza no peso pesado) e um bronze.
Oito anos após conquistarem o ouro no juvenil, Ana Patrícia e Duda retomaram a parceria e conquistaram o Mundial de vôlei de praia, em Roma. A dupla superou as canadenses Bukovec e Brandie por 2 sets a 0 e ficou com o título. Em Tóquio, Ana Patrícia fez dupla com Rebecca e foi eliminada nas quartas de final. Para o Brasil, o resultado já é melhor do que o do Japão, quando o país saiu sem medalhas em seu pior desempenho em todas as edições de Olimpíadas.
Um dos maiores nomes do esporte olímpico do país no ano foi Alison dos Santos, de 22 anos. O paulista venceu todas as etapas da Diamond League nos 400 metros com barreiras, no atletismo, e ficou com o título de 2022. Os resultados colocaram Alison no Mundial de Atletismo de 2023. Em Tóquio, Piu foi bronze e bateu o recorde sul-americano, algo que ele voltou a fazer em 2022.
Pela primeira vez em sua carreira, Filipe Toledo conquistou o campeonato mundial de surfe. O paulista de 27 anos superou o também brasileiro Ítalo Ferreira, campeão olímpico, na final. O terceiro colocado foi o australiano Jack Robinson. O surfe tem muitos brasileiros na disputa, sendo o tricampeão Gabriel Medina a maior estrela. Medina teve problemas pessoais e não competiu em todas as etapas da temporada. Filipinho deve estar na delegação brasileira para Paris-2024.
No “apagar das luzes” de 2022, o paulista Nicholas Santos fez história no Mundial de Natação em Piscina Curta de Melbourne, na Austrália. Aos 42 anos, foi campeão nos 50 metros borboleta e se tornou o atleta mais velho a subir no pódio, superando uma marca que era dele mesmo. Nicholas é tetracampeão mundial da prova (levou também em 2012, 2018 e 2021). Após o feito, o nadador disse que não disputará mais Mundiais.
Nos esportes paralímpicos o Brasil também teve desempenho favorável em 2022. No vôlei sentado feminino, a equipe venceu o Canadá por 3 sets a 2 e conquistou o inédito título. A vitória ainda confirmou a seleção nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, a primeira vaga garantida do país. Nas duas últimas Paralimpíadas, as meninas tinham ficado com o bronze. No Mundial na Bósnia, foram seis vitórias em seis partidas. A seleção masculina terminou a competição em terceiro.
Outra modalidade que fez bonito foi a natação. No Mundial da Ilha da Madeira a delegação teve o melhor resultado da história ao terminar a competição em 3º lugar com 19 ouros, 10 pratas e 24 bronzes, totalizando 53 medalhas. Ao todo foram 29 atletas, sendo que 13 eram estreantes. Essa campanha superou a de Eindhoven em 2010, quando o país terminou com 14 ouros e contou com Daniel Dias e André Brasil, lendas da modalidade e que estão aposentados. O próximo mundial será em julho de 2023 em Manchester, na Inglaterra.
A seleção masculina de goalball venceu a China na final do Mundial em Portugal e conquistou o tricampeonato consecutivo, se isolando como o único país a ter três títulos, ultrapassando Lituânia e Alemanha, ambas bicampeãs. A seleção também foi ouro em Tóquio-2020 vencendo os chineses. O país conseguiu uma campanha 100%, com dez vitórias em dez jogos, e garantiu a vaga para Paris-2024. Entre as mulheres o resultado foi um modesto quinto lugar na fase de grupos.
Fonte: jovempan
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