O ex-secretário de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, deve ser anunciado como novo presidente da Petrobras ainda nesta segunda-feira, 27. Para comentar o assunto, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Pedro Rodrigues, que é também doutor em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII e atua há mais de 40 anos na área de energia, concedeu uma entrevista para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 27. Segundo ele, a possibilidade de novos aumentos no preço dos combustíveis não depende da alteração do presidente da estatal. “A Petrobras tem o Conselho, tem a diretoria, tem regras internas da empresa de compliance e governança que aprovam a subida de preço, até para que o próprio administrador, o CEO ou outras pessoas não sejam responsabilizadas por estar congelando preço. O preço, hoje, do petróleo está muito volátil, o câmbio também está muito volátil. [Um novo aumento antes da eleição] vai depender mais do cenário internacional, de como o preço vai se comportar do que da decisão do presidente individualmente, decisão do CEO ou do interesse do que o presidente da República ou o governo queira. O problema é mais complexo do que somente a decisão de uma ou duas pessoas”, disse.
“Não acho que a troca, por si só, vá provocar uma mudança na política de preços. O mercado as vezes acha que a troca do presidente é consequência, o presidente Bolsonaro ou o governo intervir na Petrobras, mas de fato isso nunca aconteceu. E, para trocar a política de preços, não é trocando o presidente que essa política vai ser modificada. Para mudar a política de preços precisa de uma ginástica legislativa muito maior, dentre elas a mudança da lei das estatais, do estatuto da própria Petrobras (…) ou seja, não é tão simples mudar a política de preços que a gente tem hoje e a troca do presidente não é o caminho”, afirmou Rodrigues.
Questionado sobre a possibilidade da diretoria da estatal alterar, por si só, sem interferência do governo federal, a política de preços, o economista explicou a impossibilidade legal existente na questão. “A gente teve a lei das estatais em 2016, principalmente, que determinou que os administradores têm certas responsabilidade fiduciárias com a empresa. Então, se eles mudarem essa política de preços e a Petrobras começar a ter prejuízo, por exemplo, a gente vai lembrar de 2014, a política da ex-presidente Dilma [Rouseff], hoje, o CPF dessas pessoas são responsabilizados. Essas pessoas físicas (…) Eu acredito que a empresa sabe como funcionam as regras hoje, que não é simplesmente o Conselho ou a própria diretoria querer mudar a política de preços que isso vai acontecer”, explicou.
Fonte: jovempan
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