O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu nesta terça-feira, 28, que a Ucrânia vai ser um membro da Otan, porém, a longo prazo. “Os países da Otan concordam que a Ucrânia se torne membro da aliança, mas ao mesmo tempo é uma perspectiva de longo prazo”, disse Stoltenberg durante uma visita à Finlândia, outro país candidato à adesão. A entrada da Ucrânia na Otan é uma linha vermelha absoluta para Moscou, que usou exatamente essa possível adesão para justificar sua invasão, que completou um ano na sexta-feira, 24. “A questão agora é garantir que a Ucrânia continue sendo uma nação independente e soberana e, para isso, temos que apoiar a Ucrânia”, disse Stoltenberg aos jornalistas. “A guerra do presidente Putin na Ucrânia continua, e não há sinal de que ele vá mudar seus planos. Quer controlar a Ucrânia e não está se preparando para a paz, mas para mais guerra”, insistiu o chefe da aliança militar ocidental. “Devemos encontrar marcos que garantam que o presidente Putin e a Rússia não vão voltar a invadir a Ucrânia”, disse ele ao lado da primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin.
Stoltenberg afirmou ainda que “chegou a hora” de Turquia e Hungria ratificarem a entrada de Finlândia e Suécia na Otan. Ambos são os únicos dos 30 membros da Otan que ainda não validaram a entrada dos dois países nórdicos na aliança. No calor da guerra na Ucrânia e temendo por sua segurança, Suécia e Finlândia pediram para aderir à aliança e encerrar décadas de neutralidade militar. “Tanto a Finlândia quanto a Suécia cumpriram o que haviam prometido em seu acordo trilateral com a Turquia em junho passado em Madri”, insistiu o secretário-geral da Otan. Ancara está bloqueando, em particular, a entrada da Suécia e poderá ratificar apenas a adesão da Finlândia. Nesta terça-feira, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, informou que as negociações para adesão dos países nórdicos à Aliança serpa retomada no dia 9 de março. O governo da Turquia suspendeu as negociações no fim de janeiro, ao adiar uma reunião entre os três países prevista para fevereiro, depois que várias manifestações antiturcas e contra o islã foram organizadas na capital da Suécia, Estocolmo.
Os protestos revoltaram o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que advertiu a Suécia que não apoiaria a candidatura do país a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em visita a Ancara este mês, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um apelo para a integração imediata de Finlândia e Suécia à organização. Na segunda-feira, o chefe da diplomacia turca considerou que “a Suécia não adotou nenhuma medida satisfatória” com este objetivo, mas reconheceu progressos nas negociações.”Sem estes avanços, consideramos impossível dizer ‘sim’ à adesão da Suécia à Otan”, afirmou Cavusoglu. A Turquia acusa a Suécia de abrigar militantes e simpatizantes curdos que, segundo as autoridades turcas, são “terroristas”, em particular os integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).