O arrefecimento da pandemia no País permitiu que diversas atividades retornassem, incluindo a vida noturna. Em Bauru, contudo, essa retomada trouxe aos moradores dos arredores da rua Odilon Braga, na Vila Aviação, uma antiga dor de cabeça: a perturbação de sossego. Eles reclamam que os estabelecimentos próximos estariam funcionando com o som excessivamente alto, mesmo durante a madrugada. Já o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Centro-Sul está preocupado com os jovens que estacionam seus carros naquela região, com músicas em volume elevado.
Segundo o advogado e presidente do órgão, Adib Ayub Filho, aumentou a quantidade de reclamações de barulho recebidas pelo órgão por residentes dos entornos da rua. "O som alto vem, na verdade, dos veículos na rua. Os bares têm acústica e não ultrapassam os horários estabelecidos. Mas, essas pessoas ficam na rua com seus coolers e suas caixas de som, com volume alto e incomodam", afirma.
Para solucionar o problema, Ayub disse ter solicitado à Polícia Militar (PM) que intensifique as rondas no local e ainda que utilize policiais à paisana para identificar quem são os infratores. "Quando as viaturas chegam, eles desligam o som, o que impossibilita a identificação de quem causava a perturbação. Mas, se os policiais estiverem ali, poderiam anotar placas e fazer fotografias que constatariam a infração", conclui.
Inclusive, nesta semana, uma reunião entre representantes do Conseg, Polícia Militar, Emdurb e de outros órgãos competentes discutiria ações possíveis para resolver o problema do local.
'SEMANAS TERRÍVEIS'
Uma moradora de 62 anos, que pediu para não ser identificada por temer retaliações, diz que as ações da polícia e demais medidas - como a proibição de estacionar nas madrugadas - até surtiram efeito em relação aos jovens que aglomeravam na rua. "Acontece que, com a retomada, os estabelecimentos estão funcionando com som muito alto, de quinta a domingo, sem proteção acústica, incomodando até 2h ou 3h da madrugada. A Seplan (Secretaria de Planejamento) dá alvará de funcionamento, mas precisa fiscalizar se há isolamento suficiente, porque não podemos ser prejudicados desse jeito", reclama.
A mulher, que mora há seis anos nas proximidades, diz que sempre sofreu com o barulho dos arredores durante a noite e narra que as últimas semanas têm sido "terríveis". "Tenho dormido na sala, com vidros e portas fechadas, e usando protetor auricular, porque no meu quarto é impossível", aponta, reforçando ainda que há uma representação no Ministério Público desde 2018, pedindo soluções para as frequentes perturbações de sossego do trecho.
FISCALIZAÇÃO
Por meio da assessoria de comunicação, a Seplan alega que realiza a fiscalização nos estabelecimentos da rua Odilon Braga, inclusive no período noturno, com o apoio da atividade delegada. "As reclamações de moradores são recebidas, e a pasta acompanha a situação com fiscalizações. Em casos de descumprimento da legislação, os estabelecimentos podem ser autuados, multados ou interditados", conclui.
Até o fechamento desta edição, a PM não respondeu os questionamentos enviados pela reportagem sobre as ações praticadas no trecho para inibir ocorrências de perturbação de sossego.
Fonte: jcnet
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