Nesta sexta-feira, 11, o programa Pânico recebeu Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação. Em entrevista, ele falou sobre o enfraquecimento de sua relação com o presidente Jair Bolsonaro. “Em momento algum falei mal dele, de forma alguma, nunca briguei com ele. Agora, eu não gosto do centrão, e as coisas que eu falo do centrão são até mais suaves do que o que o próprio presidente falava antes das eleições. Os próprios integrantes do centrão falavam coisas do Bolsonaro. O Ciro Nogueira [por exemplo]”, comentou. “Eu nunca briguei com o presidente Bolsonaro, mas houve um distanciamento em função de uma decisão estratégica que ele tomou de buscar o centrão. Eu preferia o Bolsonaro que eu conheci em 2017.”
Cotado para disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2022, o ex-ministro da Educação afirmou não entender aqueles que consideram que sua candidatura iria dividir a direita no Estado. “Sou um homem livre. Posso ser o que quiser. Posso ser candidato ou não, se eu quiser eu posso. Não tenho passagem na polícia, todos os processos que eu levei, eu ganhei. Se eu sou tão insignificante, tão porcaria, por que eu incomodo tanto? As pessoas falam que eu não posso ser candidato, que eu vou dividir a direita, que eu atrapalho”, disse. Para ele, a indicação de Tarcísio Gomes de Freitas para o cargo está relacionada à receptividade que o ministro tem na grande mídia. “O Tarcísio é um bom candidato? Se você me perguntar, ele é melhor que o Doria? Sim. Ele é melhor que Serra-Alckmin, a dupla dinâmica? Lógico. É melhor que Mário Covas, Fleury e Paulo Maluf. Vai ser melhor que essa patota toda, acho que sim. A ‘Folha’ fala mal do Tarcísio? A Globo fala mal do Tarcísio? Mesmo a esquerda ou centrão, ninguém fala mal do Tarcísio”, concluiu.
Weintraub também esclareceu sobre o desentendimento com a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) nas redes sociais. “Estava nos Estados Unidos e toca meu telefone. Janaína Paschoal achou meu telefone. Ela quer pescar no balde, quer que todo mundo saia outra coisa e só ela vá para o ‘sacrifício’ do Senado”. Segundo ele, no telefonema, a parlamentar sugeriu uma aliança, mas se contradisse em uma postagem em seu Twitter. “Um belo dia ela tuíta, sem me avisar, quis dar uma pedalada em cima da minha cabeça. Ela mandou esse tuíte para dar uma capitalizada, sabe? ‘Sou a chefona da direita’, ‘Sou a delícia’.”
Para as eleições deste ano, Weintraub diz ainda estar ao lado de Bolsonaro e não se sente confortável com a eventual candidatura de Sergio Moro. “Quando aquele bando de ladrões foram presos, perderam patrimônios. Estou triste porque esse pessoal foi solto. Isso foi uma decepção. De fato, não vi tucano ser preso, é um questionamento”, afirmou, sobre a Lava Jato. “Não estou confortável, as pessoas ao redor de Moro são muito mais de centro-esquerda do que de direita. Ele é tão perigoso quanto o Lula? Não, não é. Mas entre os três, vou em Bolsonaro”, concluiu.