22 de Novembro de 2024

Zema critica falta de preocupação do governo Lula com gastos públicos: ‘Fico assustado’


Gil Leonardi - Imprensa MG

Reeleito governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) apoiou Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial, mas agora terá mais quatro anos de governo tendo que lidar com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no comando do Governo Federal. O governador mineiro analisou o cenário político para 2023 em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, e se mostrou preocupado com o alinhamento da equipe de Lula: “Fico assustado quando você pega um novo governo que já tem de cara 37 ministérios. O que eu fiz aqui em Minas foi exatamente o contrário, eram 21 secretarias e nós reduzimos para 12”.

“Parece que [Lula] tem caminhado no sentido contrário. É preocupante essa visão de não haver preocupação com o gasto público e não melhorar a eficiência da máquina do Estado”, criticou. Zema também questionou as ações do presidente Bolsonaro após as eleições: “Faz parte do jogo político, e de qualquer esporte, em alguns momentos você não vencer. Não existe Copa do Mundo vencida sempre por uma seleção, um campeonato pelo mesmo time e por aí vai. Acho que quem não conseguiu o primeiro lugar precisa ter essa postura de reconhecer a vitória da outra parte, mesmo que não concorde. É algo que enobrece as pessoas. Eu agiria de maneira diferente”.

A respeito da relação com o novo Governo Federal, Zema deixou claro suas divergências, mas não está fechado para articulações: “Eu sigo um crítico de muitas coisas em que o atual governo eleito acredita. Eu não acredito em uma série de medidas que eles estão caminhando nessa direção. O social precisa ser priorizado, mas junto com o fiscal. Você precisa direcionar mais recursos para quem precisa, mas precisa também fazer a reforma do Estado, para que ele custe menos e consiga estar atendendo essas pessoas. Estarei elogiando e já falei que, se esse governo enviar uma proposta de reforma tributária boa, serei o primeiro a dar apoio e aplaudir o encaminhamento nessa direção”.

“Eu estou otimista. Primeiro já tive um contato com o vice-presidente Geraldo Alckmin, há 20 dias atrás, por ocasião do leilão do Metrô de Belo Horizonte. Fui muito bem atendido, foi meu primeiro contato com a nova gestão. O leilão foi adiante na B3, em São Paulo, e correu tudo bem. Se nós falássemos que esse alinhamento é a solução, Minas Gerais não teria tido no passado seu pior momento porque nós tivemos um estado arruinado na gestão de 2015 a 2018, quando justamente nós tínhamos aqui governador do PT e presidente do PT. Se alinhamento resolvesse, Minas não teria afundado como afundou”, analisou.

Sobre sua gestão em Minas Gerais, o governador ressaltou que vai precisar de ajuda do Governo Federal para acelerar a duplicação da BR-381, que liga o Estado ao Espírito Santo, e finalizar o acordo e termo de reparação de Mariana. Zema também exaltou a exoneração de servidores comissionados no Estado que tem promovido e destacou a questão da revogação do teto para o ICMS de combustíveis, energia e comunicação, imposto em 2022: “Estamos aguardando, com uma certa tensão, a decisão do Governo Federal sobre a essencialidade ou não da gasolina”.

“Essa decisão vai trazer um impacto muito grande, porque a gasolina em Minas Gerais teve o ICMS reduzido substancialmente. Se for declarada como não-essencial, isso significa que vamos poder retornar para a alíquota anterior. Estamos tendo perdas, não só Minas, como todos os Estados. Estamos tendo que fazer ajustes e eu espero que o Governo Federal compense toda essa perda. Sou favorável à redução de impostos, tem que ficar claro. Mas, um Estado que tem uma situação fiscal grave, como Minas Gerais, não tem condição de absorver todos esses R$ 9 bilhões de queda na arrecadação, que é a previsão nossa por ano”, explicou.

Dado o atual cenário político, o governador reeleito de Minas Gerais também não descartou a possibilidade de concorrer à presidência em 2026: “Vejo que está muito longe. Você está perguntando para um adolescente se ele quer casar daqui a quatro anos. Ele vai ter que decidir isso lá na frente, dependendo do encaminhamento da vida dele. O meu foco no momento é fazer um bom trabalho em Minas Gerais e lá na frente a gente vai estar avaliando essa questão”.

Fonte: jovempan

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